A região Nordeste de Mato Grosso, que abrange 25 municípios do Araguaia e Xingu, entre Barra do Garças e Vila Rica, já é responsável por mais de 5% da produção nacional de grãos. E crescendo. Os dados foram levantados pela AGRNotícias.

Colheita de soja em Canarana; Foto – AGR.

Conforme o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), a área plantada de soja na safra 2022/23, foi de 2,181 milhões de hectares, com estimativa de produção de 7,6 milhões de toneladas, com a colheita em fase final. Isso representa, exatamente, 5% da previsão brasileira de soja, que é de 152 milhões de toneladas, conforme a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Além da soja, a área de milho também vem ganhando espaço a cada ano na região do Araguaia e Xingu. Na atual safra, foram semeados 1,461 milhão de hectares com milho na região, com previsão de produzir 8,7 milhões de toneladas, representando por 7% da previsão brasileira de milho, estimada em 123 milhões de toneladas.

Somando soja e milho, o Araguaia e Xingu devem produzir 16,3 milhões de toneladas, o que representa por 5,25% do total da previsão brasileira de grãos, que abrangendo todas as culturas, deve superar 310 milhões de toneladas na safra 2022/23. Ou seja, a cada 100 sacas de grãos produzidos no Brasil, cinco saem das terras do Nordeste de Mato Grosso.

Entretanto, o que chama mais atenção é que a região tem potencial para dobrar sua área com lavoura. Conforme o Imea, o Araguaia Xingu ainda possui mais de cinco milhões de hectares com pastagens e, pelo menos, mais dois milhões de hectares tem potencial produtivo para serem convertidos em lavoura. Assim, a produção de grãos na região tem potencial para ultrapassar 30 milhões de toneladas quando toda a área apta estiver ocupada com agricultura.

Riqueza

Essa produção traz riquezas. Conforme levantamento da AGR, através de dados do Governo do Estado, o Valor Adicionado (VA), que compõem a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB), dos 25 municípios da região, somou 22 bilhões de reais em 2021. A título de comparação, é maior do que os PIBs dos estados do Amapá (R$ 18 bi), Acre e Roraima (R$ 16 bi), conforme dados do IBGE.

Por Rafael Govari para AGRNotícias.

agrnoticias.com.br 07/03/2023