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Renda da safra não acompanha valorização de máquinas em MT

Renda da safra não acompanha valorização de máquinas em MT

Produtores e entidades explicam que se não há necessidade de novas compras, em uma época em que a valorização dos equipamentos está alta, é melhor não fazer a aquisição

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Com as taxas de juros lastradas no preço do mercado internacional, a compra de novas máquinas fica cada vez mais difícil. Devido aos preços elevados nos maquinários, alguns agricultores têm adotado a estratégia em Mato Grosso de tentar garantir que não falte equipamentos para não comprometer o caixa. Esse plano se resume em três pilares: improviso, criatividade e reciclagem. 

A aquisição de novos maquinários é o tema do episódio 79 do Patrulheiro Agro. 

Segundo o agricultor, Thiago Strapasson, nesta temporada ele perdeu uma máquina, a qual não tinha seguro.  E isso se tornou mais difícil em conseguir as peças. “Para nós, ela vai ter um custo de R$ 1 milhão para voltar a trabalhar”, comenta o produtor. 

 

Nesta safra, Thiago cultivou 1.350 hectares de soja e 1,2 mil de milho segunda safra, em sua propriedade em Vera, médio-norte do estado. Ele explica que o dinheiro recebido durante a safra é para tentar restaurar a máquina. E com isso, fazer funciona-lá, tendo em vista que uma nova tem o preço mais alto. 

“O aumento do custo do maquinário foi junto com o preço da soja. A soja teve um aumento lá atrás e o maquinário disparou o preço junto. Só que agora a soja recuou os preços e o maquinário não. Continua com números extraordinários”, explica.  

Para o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini, toda vez que precisam comprar uma peça o custo sobe em 4%, 5% e até 10% o que causa uma grande diferença no caixa do produtor. “Hoje, está nos preocupando. Era uma parte do manejo que não tinha tanta preocupação e agora está começando a ficar pesado”, pontua Lupatini. 

 

Orientação para os produtores 

O presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, comenta que os preços tiveram um aumento exorbitante e que isso, não condiz com os custos. 

“A gente sabe que tem  um  margeamento em cima disso e a orientação que a gente dá ao nosso produtor é que se não precisa, não compra. Não há viabilidade numa máquina no momento que está com os juros do jeito que estão. E lembrando que quem comprou a máquina hoje a prazo, além de pagar uma taxa de juro alto, a viabilidade da máquina está lastreada nas máximas do mercado. Qualquer recuo de Chicago, seja na soja, seja no milho, vai trazer dificuldades aí para os produtores”, afirma Cadore.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Paulo Roberto Zen, presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, comenta que é preciso fazer muita conta para comprar uma máquina nova hoje em dia. Um vez que os preços são por dólares. 

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“Às vezes o cara vai lá comprar a máquina. Dois anos de carência. Um juro de 15%, 13%. Que conta que fecha? Não fecha. O produto nosso da lavoura, por exemplo, agora baixou. Como é que você vai pagar isso? O milho para frente, a perspectiva do mercado jogou para baixo. Então se você casar a  troca de grão, que é a nossa renda hoje, não compensa”, finaliza Zen.

canalrural.com.br 30/03/2023

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