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Excesso de chuvas no campo pode elevar presença de pragas e doenças na soja, alertam especialistas

Excesso de chuvas no campo pode elevar presença de pragas e doenças na soja, alertam especialistas

Cenário na soja traz dificuldade para os tratos culturais e eleva risco de doenças, principalmente doenças foliares

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Após um início de plantio seco, o excesso de chuvas em algumas regiões de Mato Grosso começa a trazer preocupações na soja 2024/25: dificuldades com o manejo e maior risco de pragas e doenças, principalmente doenças foliares, como é o caso da mancha-alvo.

A semeadura da soja em Mato Grosso teve início no dia 7 de setembro, contudo os trabalhos em campo avançaram a partir do dia 15 de outubro, após a regularização das chuvas, que agora começam a ocorrer em “excesso” em algumas regiões.

O cenário de chuvas em Mato Grosso tem sido favorável em vários aspectos, conforme Alexandre Santaella, gerente de Desenvolvimento de Mercado Norte em Mato Grosso da Basf. Entretanto, ele ressalta que ao mesmo tempo também é “desafiador”.

“Como está tendo uma intensidade de chuva alta em grande parte do estado, temos visto, como um todo, dificuldade do agricultor em seguir o calendário de aplicação e quando você tem chuva todos os dias você tem essa dificuldade de conseguir entrar nos momentos adequados”, explica Alexandre em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso.

No que tange às doenças, o especialista destaca que a macha-alvo merece ponto de atenção dos produtores, assim como a podridão da soja, que é um vilão recente em Mato Grosso.

Outro ponto de atenção que os produtores devem ter, frisa Alexandre, é quanto às lagartas que apresentam alto índice de pressão nesta safra, bem como o controle de algumas plantas daninhas, como é o caso do capim pé-de-galinha, capim amargoso e o milho tiguera.

Para o milho, as perspectivas para o cereal são positivas, comenta o gerente da Basf, mas, assim como a oleaginosa, também carece atenção do produtor quanto a concentração das chuvas em durante o seu plantio, além da incidência de lagartas.

Chuvas preocupam quanto à produtividade

Na Fazenda Santo Expedito, em Jaciara, de acordo com o gerente de produção Luis Antonio Huber, no ano passado nesta mesma época a propriedade registrou talhões com 200 milímetros de chuvas, aproximadamente. Nesta temporada, comenta ele ao programa Patrulheiro Agro desta semana, o acumulado está chegando próximo de 600 milímetros.

 

“É até um pouco demais de chuva para a cultura da soja. A parte dos tratos culturais estamos conseguindo fazer. Atrasa um pouquinho, às vezes consegue adiantar. Já temos lavouras indo para a fase de enchimento de grãos”, diz ele que torce pela normalização do clima para que a lavoura possa ter uma boa produtividade e assim garantir algum lucro.

Em Planalto da Serra, o produtor Jorge Diego Giacomelli comenta à reportagem que o histórico da estação meteorológica na propriedade apresentou 260 milímetros acumulados nos últimos 30 dias e que dezembro está se mostrando mais chuvoso.

“Em novembro do ano passado não tinha nem chovido. Acho que não tinha chovido nem 30 milímetros. Está se realizando as previsões que diziam que a primeira quinzena de dezembro iria ser bem chuvosa”.

Jorge Diego ressalta ainda que teme que o excesso de luminosidade prejudique o desenvolvimento da soja.

Concentração da colheita pode gerar filas

A concentração da semeadura da soja entre os dias 15 de outubro e 30 de novembro e agora as chuvas trazem um grande desafio em dois sentidos na hora da colheita, segundo especialistas. O primeiro deles é o logístico, impactando na quantidade de maquinários para realizar a retirada dos grãos das lavouras, caminhões e o frete.

“O outro grande desafio que devemos enfrentar pelas condições climáticas previstas nos meses de janeiro e fevereiro é que a gente deve encontrar chuva na colheita. E quando você tem chuva na colheita o desafio se torna ainda maior, porque você tem uma janela de colheita apertada e materiais chegando ao mesmo tempo e filas nos armazéns. Os secadores vão ter que trabalhar muito e, consequentemente, pode ter atraso na recepção dos caminhões e depósitos da soja”, frisa Alexandre Santaella ao Canal Rural Mato Grosso.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Lucas Costa Beber, frisa que “as empresas também têm que ser parceiras esse ano e estar atentas de talvez aumentar o turno. Coloca um turno a mais para poder receber esse produto para não termos nenhum caos durante a colheita”.

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