Emissões da agropecuária no Brasil estabilizam depois de sucessivos aumentos
Cenário indica caminhos para o setor contribuir para o cumprimento dos compromissos climáticos brasileiros.
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A produção agropecuária registrou uma pequena diminuição de 0,7% nas emissões dos gases de efeito estufa resultantes de suas atividades em 2024, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, que apresentou nesta segunda-feira (03) os dados da 13ª edição. “O resultado das emissões de gases de efeito estufa em 2024 sucede um ciclo de cinco anos de altas contínuas e reflete o comportamento do setor, influenciado pela variação dos preços das commodities agrícolas e pelo aumento da produtividade – a exemplo da bovinocultura leiteira – e pelas condições climáticas que afetam as produções agrícolas, explica a analista de Ciência do Clima do Imaflora, Priscila Alves.

Foto: Gilson Abreu
Responsável por 29% das emissões do país no ano passado, o setor emitiu 626 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), das quais grande parte está associada à pecuária e menor parte à agricultura. A queda registrada frente a 2023 – quando se registrou cerca de 631 milhões de toneladas de CO2e – foi influenciada por fatores conjunturais e produtivos.
Em parte, deveu-se à redução de 0,2% no efetivo do rebanho bovino. É importante salientar que a redução do gado leiteiro foi mais expressiva em comparação à do gado de corte. Ao mesmo tempo, houve recorde da produção de leite em 2024, o que sugere avanços nas práticas empregadas na produção. Para o gado de corte, a redução deveu-se a um recorde de abates, inclusive de fêmeas e novilhas, como apontado pelo IBGE.
Adicionalmente, registrou-se aumento de 11% no confinamento, prática que contribui para uma diminuição da emissão de metano, em função de uma dieta mais eficiente e de melhor digestibilidade. O metano é o principal gás de efeito estufa da agropecuária, impactando 28 vezes mais em comparação ao CO2, em um horizonte de cem anos. “O melhoramento genético, aliado a uma dieta eficaz, corrobora para o ganho de peso animal, tanto a pasto quanto em sistemas intensivos. Isso permite encurtar seu ciclo de vida, com consequente redução das emissões associadas à fermentação entérica, portanto, emissões de metano”, esclarece Priscila.

Foto: Gilson Abreu
Na agricultura, múltiplos fatores contribuíram para a variação negativa observada no subsetor de Solos Manejados, em que são consideradas, principalmente, as emissões provenientes de fertilizantes sintéticos nitrogenados, corretivos agrícolas, decomposição de restos culturais e deposição de dejetos em pastagem. Houve redução de 3,8% no uso de fertilizantes sintéticos nitrogenados e de 3,3% no uso de calcário. Ademais, algumas produções agrícolas ficaram abaixo do esperado, impactando as emissões oriundas da decomposição dos restos culturais, a exemplo da produção de milho. “Há sinais de mudanças positivas, mas o setor agropecuário ainda precisa alavancar seu potencial de contribuição para a mitigação das mudanças climáticas. É fundamental dar escala às boas práticas e iniciativas existentes”, diz Priscila.
Dentre as políticas públicas de fomento a uma produção agropecuária mais responsável, ela destaca desde o fornecimento de assistência técnica e informação para o produtor até a facilitação de crédito para implementação de modelos ambientalmente mais responsáveis.
É necessário ainda considerar (e contabilizar) a capacidade do setor de contribuir para o acúmulo de carbono no solo, por meio de práticas conservacionistas, como o uso de plantas de cobertura, plantio direto, sistemas integrados e pastagens bem manejadas. “As mitigações por solo agrícola subiram de 271 milhões para 281 milhões de toneladas de CO2 em 2024, mas isso ainda não é contabilizado nos inventários nacionais”, conclui a especialista.
Fonte: Assessoria Imaflora
opresenterural.com.br 04/141/2025
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