Português (Brasil)

Controle biológico pode aumentar produtividade em até 10 sacos de soja por hectare

Controle biológico pode aumentar produtividade em até 10 sacos de soja por hectare

Ganhando cada vez mais espaço no campo, essa é uma estratégia de manejo de pragas que utiliza organismos vivos para controlar populações de pragas em lavouras e cultivos com uma abordagem mais sustentável e segura.

Compartilhe este conteúdo:

As pragas e doenças causam prejuízos expressivos nas lavouras, levando a danos econômicos com a diminuição do rendimento e qualidade. Estima-se que o ataque destes organismos gere uma perda de produtividade de 22,5 % em culturas de soja, milho, trigo, arroz e batata no Brasil.

Várias alternativas alinham eficiência, custo-benefício e baixo impacto ambiental no controle de pragas e doenças de plantas, adicionando ao uso dos métodos tradicionais, como a aplicação de agroquímicos, a utilização de agentes de controle biológico na agricultura.

Ganhando cada vez mais espaço no campo, o controle biológico é uma estratégia de manejo de pragas que utiliza organismos vivos para controlar populações de pragas em lavouras e cultivos com uma abordagem mais sustentável e segura. Entre as vantagens apontadas por especialistas no controle biológico estão a redução no uso de pesticidas, preservação da biodiversidade, menor risco de resistência de pragas, maior segurança alimentar e maior rentabilidade.

O gerente de portfólio da Biotrop, Thales Facanali Martins, conta que o controle biológico iniciou de forma rudimentar, ganhando popularidade pelo uso dos fungos Trichoderma e Metarhizium quando as fabricantes passaram a utilizar o conceito de shelf life de alguns produtos, surgindo assim as primeiras formulações de suspensão concentrada e líquidas, o que melhorou a facilidade de aplicação desses produtos. “Neste momento teve início uma nova onda de mistura de ativos dentro de um mesmo produto. Antes era comercializado apenas um ativo biológico – um Trichoderma isolado, um bacilo isolado e um Metarhizium – agora com a terceira geração esses ativos são misturados dentro de uma mesma formulação, surgindo os mixes de produtos. Hoje já se fala da quarta geração, que é misturar esses microrganismos com metabólitos, que são subprodutos desses microrganismos no processo fermentativo, gerando biossurfactantes com ação fungicida, inseticida, nematicida e com ação direta no alvo”, menciona Martins.

O profissional cita que o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana é muito utilizado no controle de cigarrinha do milho em virtude do seu amplo espectro de ação, quando absorvido pelo organismo do inseto por contato ou ingestão, se multiplica e causa uma doença na população da praga, causando a sua morte. “São evoluções de produtos biológicos, de formulações e ativos que cada vez mais estão entrando no mercado”, relata.

Gerente de portfólio da Biotrop, Thales Facanali Martins – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Martins afirma que o controle biológico pode ser feito em qualquer tipo de lavoura, porque o produto é registrado para o alvo de atuação, não pela cultura. Como exemplo ele cita o percevejo, com ocorrência tanto na soja como no milho. “Se a doença que dá na soja também dá no milho posso aplicar para ambas as culturas. Porém, devem entrar em vigor legislações que vão melhorar o uso de biológicos no país, passando a serem mais abrangentes, porque os biológicos nada mais são do que um ativo da própria natureza, controlando um patógeno enfermo, que é a natureza que causa dentro da cultura”, expõe Martins.

Em relação aos resultados com o uso de agentes biológicos nas lavouras, principalmente de soja, Martins destaca que são expressivos, podendo ter até 10 sacos a mais por hectare, dependendo do incremento de produtos para disponibilização de nutrientes, promoção de crescimento e inoculantes aplicados na lavoura.

Com mecanismos multifuncionais para o controle de pragas, doenças, enfermidades e nematoides na cultura, os produtos biológicos possuem uma pluralidade de ação, com capacidade de produzir substâncias de estímulo, fitormônios, que vão melhorar o desenvolvimento da cultura, aprimorando a captação de nutrientes do solo pela planta. “O uso do

Azospirillum cresceu muito por ser um grande promotor de crescimento, porém nós temos a mistura de Azospirillum com Pseudomonas, tecnologia que proporciona tanto uma promoção de crescimento de raízes da planta como a disponibilização do fósforo moderadamente no solo, atuando em todo o sistema para que as raízes captem mais nutrientes no solo, o que gera um incremento na produtividade da lavoura sem necessariamente aumentar a área de cultivo”, menciona o gerente de portfólio.

Veio para somar

Martins ressalta que o controle biológico é uma alternativa que já se comprovou eficiente para o manejo da lavoura e cada vez mais tem mitigado a utilização de produtos agroquímicos. “A molécula química vai continuar ainda existindo, porque dependemos dela para muitas doenças e pragas, mas o biológico veio para agregar e para fazer uma utilização consciente, mitigando o uso de químicos. Com apenas algumas aplicações de produto biológico na lavoura já aumenta sua eficiência, uma vez que tem mais mecanismos de ativação do que uma molécula química”, alega o profissional.

Redução de aplicações

Com potencial para provocar perdas acima de 70% nas lavouras, a cigarrinha do milho é uma das principais vilãs dessa cultura. Martins conta que para o combate da praga são necessárias em média de 10 a 12 aplicações de inseticidas em um ciclo de produção, entretanto, com o manejo feito com produtos de controle biológico o produtor consegue reduzir as aplicações para seis a oito vezes. “Em alguns casos o manejo é feito com produtos biológicos consorciados com químicos. Além de apresentar uma solução eficaz, entrega redução de custos operacionais, como hora máquina e diesel”, pontua Martins.

Ascenção no uso

A adoção dos produtos biológicos nos últimos anos teve um grande salto, principalmente em decorrência da evolução dos produtos e, atualmente, cerca de 40 a 50% dos produtores brasileiros utilizam esse mecanismo nas lavouras. “Há três anos apenas 10% dos agricultores faziam o controle biológico no país, hoje gira em torno de 40 a 50%. Esse crescimento exponencial se deve à grande quantidade de produtos eficazes para controle biológico, mas, sobretudo, o produtor passou a ter uma maior consciência para o manejo sustentável e regenerativo do solo, o que é uma grande alavanca para o uso de biológicos”, assegura.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

opresenterural.com.br 31/03/2023

Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário

 

 

Booked.net
 
+25
°
C
+28°
+22°
Sinop
Quarta-Feira, 29
booked.net
 
+30
°
C
+31°
+23°
Alta Floresta
Quarta-Feira, 29

 

Booked.net - book your hotel here
 
+25
°
C
+28°
+22°
Sorriso
Quarta-Feira, 29
Booked
 
+25
°
C
+28°
+22°
Lucas do Rio Verde
Quarta-Feira, 29

 

 

Saiba mais: https://www.cepea.esalq.usp.br/br