Embarque antecipado de calcário gera economia de até 30%
Frete pela metade é incentivo ao produtor junto às indústrias de Mato Grosso. Conforme o Sinecal-MT, técnica de calagem é base para mais produtividade nas lavouras.
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Na janela em que avançam colheita e comercializações da safra de soja 2022/2023, o produtor rural experiente procura antecipar a compra dos insumos básicos para assegurar um frete mais em conta. Na chamada?safra do calcário, que vai de fevereiro a maio, demandar carregamentos de forma antecipada gera vantagem no preço do frete do calcário, insumo essencial para a fertilidade dos solos. A economia chega a 50% no transporte, refletindo em até 30% no cômputo final dos custos da calagem.
Orcival Guimarães atua diretamente na semeadura de 50 mil hectares de soja em oito municípios em Mato Grosso e sabe que cada real faz a diferença nas planilhas e no êxito do negócio. Uma das táticas adotadas na gestão da extensa área cultivada é antecipar os carregamentos de calcário e adubo.
O produtor afirma que aplica, todo ano, ao menos uma tonelada de calcário por hectare. Em áreas de abertura, esse quantitativo chega a 6 hectares. O mineral necessário para a calagem em mais da metade da área total que será cultivada na safrinha e na safra 2023/2024 já está nas propriedades rurais. “Sem calcário não existiria produção agrícola em Mato Grosso. A tecnologia trouxe novas variedades, mais produtivas, mais resistentes, mas de nada adianta se não tiver a terra bem preparada. O agricultor tem que fazer a sua parte. E quando a gente consegue um frete de retorno, a conta fica mais leve. É tudo muito corrido na agricultura, mas com organização, a atividade é mais compensadora”, recomenda Guimarães, há 45 anos radicado no Estado.
Fotos: Divulgação/Sinecal-MT
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário do Estado de Mato Grosso (Sinecal-MT), Kassiano Riedi, destaca o balanço positivo na relação entre clientes e fornecedores, fomentando a cadeia produtiva. A tonelada do insumo está sendo comercializada, em média,?a R$ 120 no Estado. O frete por tonelada, em média, chega a passar o valor da tonelada de calcário. “Aproveitar o frete de retorno é extremamente interessante para reduzir o custo de calagem. É uma relação ganha-ganha, que vai girando a economia nesse período de menor movimentação nas estradas. Quem puxa o calcário mais cedo ganha muito no frete, até 50% de desconto. As transportadoras ganham com essa demanda no período de entressafra. As indústrias de calcário ganham com o carregamento mais cedo, desafogando um pouco a concentração em determinados períodos. E o agricultor ganha mais ainda. É um círculo virtuoso”, ressalta o líder setorial.
Demanda
O Estado conta com mais de 40 plantas industriais de extração de calcário agrícola para atender à alta demanda agropecuária: cerca de 20% de todo o calcário produzido no Brasil vem de Mato Grosso.
Os meses de maior movimentação no segmento são os de julho, agosto e setembro, quando facilmente se veem filas de carretas.
Nesse período, algumas unidades chegam a carregar 200 caminhões por dia. É o que se observa, a exemplo, em Nobres (123 km de Cuiabá), maior polo produtor de calcário em Mato Grosso.
Panorama
Em Mato Grosso, a safra 2022/2023 prenuncia novo recorde de produção. Mais de 60% da área de soja já foi colhida. Conforme mais recente boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), são 11,8 milhões de hectares plantados, com uma estimativa de produtividade média de 59 sacas por hectare.
O instituto observa que o perfil do produtor vem mudando no quesito comercializações, caracterizado pela espera por preços melhores. Até o momento, 45,15% da produção foi vendida.
No mercado futuro da soja, 2,84% da oleaginosa que ainda será produzida na safra 2023/2024 está comercializada.
Fonte: Assessoria Sinecal-MT
opresenterural.com.br 01/03/2023
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