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Ninfa é um perigo oculto que coloca o manejo da cigarrinha do milho em risco

Ninfa é um perigo oculto que coloca o manejo da cigarrinha do milho em risco

Uso incorreto de defensivos e dificuldade no monitoramento colaboram com explosões de população da praga. Entenda como resolver!

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O Manejo Integrado de Pragas é a principal ferramenta para combater a cigarrinha do milho, inseto vetor do Complexo de Enfezamento, que pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis, segundo a Embrapa. Entre as ações, estão a eliminação do milho tiguera, o tratamento de sementes e a aplicação de defensivos. Entretanto, os hábitos das ninfas da cigarrinha dificultam o controle químico e favorecem a explosão de infestação nas lavouras.

A cigarrinha tem a capacidade de depositar aproximadamente 14 ovos por dia, podendo colocar mais de 600 ovos durante os seus 45 dias de vida. Além dessa grande quantidade, a praga possui uma técnica específica para proteger os ovos ao longo do ciclo.

“A cigarrinha tem a habilidade de descolar a epiderme adaxial da folha (película ou cutícula) e depositar os ovos diretamente no tecido celular parenquimático, geralmente próximo da nervura central, cobrindo os ovos novamente com essa película. Dessa forma, ela protege os ovos inclusive dos defensivos que serão aplicados. Isso é conhecido como oviposição endofítica”, comenta o especialista em cultura do milho da Bayer, Paulo Garollo.

Ainda demostrando uma grande habilidade de sobrevivência, após os ovos eclodirem, as ninfas só se locomovem para o lado inferior da folha e, a partir de então, ficam praticamente imóveis, se alimentando até atingirem a fase adulta. “O período ninfal dura em média de 15 a 18 dias e, pela posição abaxial da ninfa e baixíssima mobilidade na folha, produtos com ação de contato, dificilmente atingirão as mesmas e, por consequência, elas terão um ambiente de sobrevivência extremamente favorável”, diz Garollo.

Ao todo, as ninfas passam por cinco instares (estágios de troca de pele) até se tornarem adultas aptas a voar e buscar áreas com milhos mais novos para reiniciar a infestação. “É por esta razão que, mesmo tomando todos os cuidados e, parecendo estar tudo sob controle, de um dia para o outro há uma explosão na infestação de insetos nas áreas. Até porque, os plantios são realizados de maneira escalonada, dando a oportunidade para a cigarrinha migrar do milho mais velho para o mais novo”, comenta Garollo.

Para piorar, o clima brasileiro é perfeito para a infestação de cigarrinhas. Dentro de uma temperatura média entre 27ºC e 30°C, praticamente 100% dos ovos da praga eclodem, além de ser a temperatura ideal para o desenvolvimento e troca de pele das ninfas da cigarrinha. 

“As ninfas se infectam mais facilmente com os agentes causais do Complexo de Enfezamento que os insetos adultos. Ou seja, ela é um vetor mais poderoso da doença”, garante o especialista da Bayer. “E, diferente do que se pode pensar, elas não nascem com esses agentes causais, mesmo vindas do cruzamento de pais infectados, mas se contaminam facilmente quando nascem em uma planta doente”, comenta.

Como controlar?

O manejo apenas com defensivos de contato pode ser útil contra as cigarrinhas adultas, mas tem pouca eficiência em relação às ninfas, que ficam embaixo da folha, imóveis e protegidas.

“O ideal nestes casos é optar por um defensivo com alta eficiência na translocação translaminar, que é a capacidade de um produto químico de atravessar a epiderme (película) da folha, na parte superior, e conseguir passar pelos espaços intercelulares parenquimáticos”, diz.

Entretanto, segundo Garollo, o ideal é o produtor criar uma estratégia de controle químico, para sanar os problemas e evitar gastos desnecessários.

“Antes de chegar ao período fenológico de quatro folhas, o agricultor pode e deve, preferencialmente, utilizar os produtos de contatos. Isso porque insetos adultos chegarão ali e os produtos de contato serão ideais para esse controle inicial. Depois desse período é quando as ninfas eclodem dos ovos e aí o produtor deve optar pelo neonicotinóides com translocação translaminar.”

É preciso ficar atento à indicação da bula, pois os defensivos de contato, de maneira geral, só devem ser aplicados duas vezes por ciclo da cultura, enquanto os neonicotinóides que matam as ninfas só podem ser aplicados três vezes por safra.

“O manejo das ninfas da cigarrinha talvez seja um dos principais gargalos para o sucesso na erradicação dessa praga. Algo pouco comentado e difundido. E justamente por não ter essa visão particular do manejo da ninfa, o agricultor não tem uma estratégia previamente definida de qual produto usar e quando usar”, comenta Garollo. “Os produtores acabam deixando as ninfas prevalecerem e, por consequência, tem explosões de cigarrinha, que são mais atraídas por plantas já infectadas com o complexo de enfezamento, gerando um grande incremento da população da praga doente”, alerta o especialista da Bayer.

Soluções Bayer contra o Complexo de Enfezamento

Segundo o especialista da Bayer, o ideal é o produtor iniciar o manejo contra a cigarrinhas realizando o tratamento de sementes de milho com o Cropstar®, inseticida sistêmico do grupo químico dos neonicotinoides (Imidacloprido) e com o thiodicarb, do grupo químico Metil-carbamato, trazendo amplo espectro de controle e proteção inicial para as lavouras.

Na sequência, após o milho emergir e abrir as duas primeiras folhas é o momento de aplicar o Curbix®, produto essencialmente de contato, do grupo químico do fenilpirazol (Etiprole), que servirá para o combate de percevejos e adultos de cigarrinha. Ele também deve ter uma segunda aplicação, com um intervalo de no mínimo sete dias da primeira aplicação, após as duas folhas iniciais estarem expandidas (estádio V2).

Quando o milho atingir o estádio de V4, o produtor pode iniciar a aplicação do Connect®, inseticida sistêmico do grupo químico dos neonicotinóides, associado à beta-cifultrina, pertencente ao grupo químico dos Piretroides (contato), com a função principal da translocação translaminar, que afeta as ninfas. Mas esse produto também ajuda a controlar os insetos adultos, caso entrem em contato direto ou por ingestão. O Connect® ainda ajudará o produtor em uma segunda aplicação, com um intervalo de pelo menos sete dias, no estádio V6. E também entrará novamente no estádio V8, completando três aplicações com o produto.

Fonte: Bayer

Portal do Agronegócio 14/02/2023

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