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Variações climáticas e seus impactos na piscicultura mineira

Variações climáticas e seus impactos na piscicultura mineira

Especialista orienta sobre cuidados necessários para evitar perdas no ciclo produtivo (Foto: Acervo Epamig)

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Tradicionalmente praticada em ambiente aberto, a piscicultura no Brasil passa por diversos fatores que podem alterar as características do corpo d’água e, consequentemente, as condições ambientais a que os peixes estão submetidos. Dentre eles, as variações de temperatura e as chuvas estão entre os aspectos que mais interferem na produção.

Conforme explica o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Alisson Gonçalves Meneses, as chuvas podem influenciar diretamente no nível de tanques e reservatórios, de modo a alterar a concentração de partículas e nutrientes e afetar, significativamente, os parâmetros de qualidade da água.

“Dessa forma pode-se concluir que as chuvas escassas prejudicam o abastecimento dos tanques, enquanto as chuvas muito intensas podem causar danos pelo rompimento de diques ou extravasando o corpo hídrico”, detalha o pesquisador.

Variações de temperatura e as chuvas interferem na produção de peixes. Foto: Acervo Epamig

Ele conta que a temperatura atua sobre os parâmetros de qualidade da água, especialmente, no que se refere ao oxigênio dissolvido, que é reduzido sob altas temperaturas e pode levar à mortandade dos peixes. “O maior efeito se dá no metabolismo dos peixes, já que a temperatura corporal desses organismos é regulada pela temperatura do meio”, acrescenta.

Menezes menciona que as temperaturas fora da zona de conforto são extremamente prejudiciais e que a exposição prolongada dos peixes às temperaturas baixas os torna mais suscetíveis a parasitas e doenças, que podem causar morte súbita, especialmente nas espécies de clima quente.

“A amplitude térmica é um ponto especial de preocupação, uma vez que os peixes são pouco tolerantes a variações abruptas. Os animais têm, em geral, um nível considerável de tolerância às mudanças ambientais. Entretanto, as complicações podem ocorrer em função de alterações inesperadas, como as decorrentes do comportamento irregular do clima nos últimos anos”, alerta.

Outono demanda cuidados especiais

O especialista observa que Fenômenos como El niño (que atuou nos últimos meses) e La niña (que deve predominar até a chegada da primavera) proporcionam desequilíbrio no sistema ambiental e podem interferir na produção do pescado.

Segundo ele, por essa razão, os piscicultores devem estar atentos às condições climáticas para evitar perdas e prejuízos no ciclo produtivo e intensificar os cuidados com a chegada do outono. “Para este ano, temos a previsão de períodos de frio mais intenso e há a expectativa de que esses eventos ocorram já no fim de abril e prossigam nos meses seguintes, de forma mais intensa e duradoura”, comenta.

O monitoramento e o controle da qualidade da água são essenciais, assim como a adoção de medidas para garantir a manutenção sustentável do ciclo produtivo. Foto: Acervo Epamig

O monitoramento e o controle da qualidade da água são essenciais, assim como a adoção de medidas para garantir a chegada dos peixes em boas condições sanitárias a esse período. “É fundamental manter a renovação e o controle dos parâmetros físico-químicos da água e estar atento para que essa operação não reduza mais a temperatura da água nos períodos frios”, orienta o pesquisador.

Pontos de atenção

Com o objetivo de auxiliar os piscicultores a promoverem as melhores condições para garantir o desenvolvimento sustentável das atividades, Meneses sugere alguns cuidados, como, por exemplo, o equilíbrio do PH que, caso esteja abaixo de 6,5, é necessário fazer uma calagem, de preferência com calcário agrícola, uma vez que os peixes não toleram variações no índice.

Ele acrescenta que também é preciso promover o fornecimento de ração completa e balanceada, tendo cuidado para não haver sobras, acompanhar o volume de água do tanque, de modo a evitar variações bruscas na qualidade e na temperatura da água, além de fazer uso de aeradores para manter os níveis de oxigênio dissolvido e auxiliar na desestratificação da água.

A adoção de densidades populacionais menores nos tanques e criadouros é uma estratégia considerada importante para o processo de produção. Foto: Embrapa Pesca e Aquicultura e PeixeBR

Por fim, ele sugere que outra estratégia é a adoção de densidades populacionais menores nos tanques e criadouros. “Deve-se considerar a possibilidade de um abate intensificado para reduzir a população dos tanques, mesmo que os peixes estejam em tamanho inferior ao desejado”, recomenda o pesquisador.

Fonte: Epamig

alavoura.com.br 10/04/2024

 

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