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Tecnologia heliotérmica pode ajudar a agroindústria a ser mais sustentável

Tecnologia heliotérmica pode ajudar a agroindústria a ser mais sustentável

Empreendimento visa reduzir emissões e custos energéticos em pequenos e grandes produtores com uso inovador de energia solar

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A Mondi Energy, liderada pelo CEO Guilherme Scagnolatto, está à frente de uma inovação que promete transformar a agroindústria brasileira. 

Com o uso da tecnologia heliotérmica, a empresa desenvolve soluções sustentáveis para substituir os combustíveis fósseis em processos que requerem calor, atendendo desde indústrias até pequenos produtores rurais. 

Em entrevista à Revista A Lavoura, Scagnolatto destacou o potencial dessa tecnologia e o impacto positivo que ela pode ter no setor agrícola, especialmente no projeto em estudo de autoprodução de biodiesel em lavouras de soja.

“A nossa ideia inicial era usar calor de baixa temperatura para gerar energia elétrica para a própria indústria, especialmente a agroindústria, visando reduzir custos e evitar emissões”, explicou Guilherme Scagnolatto. 

No entanto, a startup mudou sua abordagem ao perceber que os combustíveis são mais caros e impactam mais setores do que a eletricidade, cuja matriz no Brasil já é majoritariamente limpa.

A empresa desenvolveu um equipamento que concentra os raios solares para gerar calor, substituindo a queima de combustíveis em processos industriais. 

“Nós começamos focando na instalação industrial, mas fomos procurados por setores da agricultura com demandas energéticas. Isso nos levou a explorar novas possibilidades, incluindo o desenvolvimento de biodiesel em escala de autoprodução”, disse Scagnolatto.

Biodiesel nas lavouras de soja

Vinicius Sigari, CTO da empresa, e o CEO Guilherme Scagnolatto com a carreta  utilizada para a realização de  testes e demonstração de funcionamento do equipamento in loco. Foto: Divulgação

O projeto de autoprodução de biodiesel é uma das iniciativas mais promissoras da Mondi Energy – empresa que integra o SNASH, hub de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura.

“A produção de biodiesel em escala industrial exige grandes investimentos e infraestrutura, o que muitas vezes é inviável para pequenos e médios produtores. Nossa solução permite que esses produtores utilizem parte da sua produção de soja para gerar seu próprio combustível”, explicou o CEO.

A tecnologia heliotérmica oferece uma alternativa prática e econômica. 

“Nosso equipamento pode miniaturizar a produção de biodiesel, eliminando a necessidade de uma grande planta industrial. Assim, os produtores podem fabricar seu combustível diretamente na propriedade, utilizando o óleo extraído da soja que já cultivam”, ressaltou Scagnolatto.

Com uma visão clara de um futuro mais sustentável, a empresa está focada em parcerias e inovação contínua. 

“Estamos buscando parcerias para viabilizar a produção de biodiesel em escala reduzida, aproveitando nossos equipamentos que não necessitam de uma grande infraestrutura de utilidades. Já estamos em contato com alguns plantadores de soja interessados e estamos abertos a novas colaborações”, concluiu Scagnolatto.

Os benefícios da tecnologia heliotérmica

Os equipamentos da Mondi Energy concentram os raios do sol em um tubo central, onde um fluido – geralmente água – é aquecido, e assim o calor pode ser utilizado em processos industriais. Foto: Divulgação

Diferente da tecnologia fotovoltaica, que converte a radiação solar em eletricidade, a tecnologia heliotérmica transforma a radiação solar em calor. 

Scagnolatto lembra que o “sol é de graça”, mas os custos para utilização da fonte solar estão atrelados ao uso de área para instalção de equipamentos. 

“Converter a energia solar em calor tem uma eficiência de aproximadamente 60%, enquanto a conversão em eletricidade pelo método fotovoltaico é em torno de 15%. Isso significa que precisamos de menos área para gerar a mesma quantidade de energia térmica.”

Os equipamentos da Mondi Energy concentram os raios do sol em um tubo central, onde um fluido – geralmente água – é aquecido.

“Quando o tubo recebe o calor do sol, a água lá dentro aquece. Esse calor pode então ser usado diretamente nos processos industriais, reduzindo a necessidade de combustíveis fósseis”, explicou o CEO.

Aplicações e benefícios

A tecnologia já está sendo aplicada em projetos piloto no setor de tabaco no Rio Grande do Sul, onde a Mondi Energy está ajudando uma agroindústria a reduzir em 50% o consumo de lenha nas estufas de cura. 

“Conseguimos colocar nossos equipamentos na estufa, gerando calor em um tanque de água que armazena e transfere esse calor conforme necessário. Isso melhora a eficiência do processo e reduz as emissões”, relatou Scagnolatto.

Para o CEO, outra vantagem da tecnologia da Mondi é sua capacidade de viabilizar economicamente os projetos de descarbonização sem depender de subsídios. 

“Nosso objetivo é desenvolver tecnologia que seja viável mesmo sem subsídios. Já somos capazes de baixar custos e melhorar a qualidade a ponto de tornar os projetos viáveis por conta própria”, afirmou.

 

Redação A Lavoura

 

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