Procurando explicar essa interação entre a planta braquiária, o solo e a cultura o engenheiro agrônomo da Loja de São Clemente, Charles Elton Fensterseifer, comenta que o uso do consórcio milho 2ª safra/braquiária extremamente benéfica, trazendo uma melhora significativa ao perfil do solo em termos de atributos químicos, físicos e biológicos.

“Isso ocorre através da cobertura e proteção do solo, ciclagem de nutrientes, descompactação, aumento da matéria orgânica e CO2 incorporado para o sequestro de carbono. Além disso, auxilia no controle da erosão e de plantas invasoras, e beneficia o aumento de microrganismos benéficos no solo. Para além dos benefícios mencionados, o uso de braquiárias melhora a saúde do solo, não apenas por ajudar a preservar microrganismos que lá vivem, mas também por incentivar o aumento dessa biodiversidade” complementa.

A braquiária

A gramínea do gênero braquiária é uma forrageira que gera diversos benefícios, como conta o agrônomo: “A braquiária é a principal planta a ser utilizada no consórcio devido às suas características, que permitem a implantação junto com a cultura principal (Milho 2ª safra), garantindo o rendimento da atividade rural, pelo sistema radicular agressivo, alta produção de matéria seca (palhada) e facilidade no manejo” afirma.

Ainda segundo o agrônomo: “Além da braquiária, outras espécies de gramíneas ou leguminosas podem ser utilizadas, tanto em consórcio quanto em plantio solteiro, logo após a colheita do milho, preenchendo a janela entre safras até a implementação da próxima cultura de verão. A aveia, o nabo forrageiro ou até mesmo a cultura do trigo podem ser utilizados” complementa.

De olho no futuro

Considerando que os benefícios ocasionados pelo uso do consórcio entre milho e braquiária não ocorrem do dia para a noite, vale ressaltar que tudo é um processo. Assim, com o tempo, é possível relatar que, além dos benefícios já mencionados ao longo do texto, há um aumento da diversidade de fungos e bactérias benéficos em comparação com o sistema convencional.

Isso acontece graças às práticas sustentáveis que modificam o ambiente ao longo do tempo e propiciam o desenvolvimento dessas espécies que compõem os agroecossistemas. Por conta disso, os demais benefícios do uso do consórcio são percebidos principalmente nas safras subsequentes à implementação do sistema, especialmente durante a ocorrência de veranicos ou estiagens, muito frequentes em nossa região, refletindo diretamente na produtividade e rentabilidade das culturas.

Fonte: Assessoria Coopagril

opresenterural.com.br  15/07/2024