Oeste baiano lidera irrigação no Brasil com 2,2 milhões de hectares
O oeste baiano ultrapassou Minas Gerais e tornou-se o maior polo de irrigação por pivôs centrais no Brasil, com 2,2 milhões de hectares irrigados.
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O Brasil registrou um avanço significativo na área irrigada por pivôs centrais, alcançando 2,2 milhões de hectares em 2024. O crescimento de 14% em dois anos foi revelado por um levantamento da Embrapa, que apontou o extremo oeste da Bahia como o maior polo de irrigação do País, superando o noroeste mineiro. Segundo o estudo, Minas Gerais ainda lidera em área total irrigada, com 637 mil hectares, seguido pela Bahia, que ultrapassou Goiás e agora possui 404 mil hectares irrigados.
O município de São Desidério (BA) desponta com a maior área irrigada do Brasil, totalizando 91.687 hectares. Na sequência estão Paracatu (MG), com 88.889 hectares, e Unaí (MG), com 81.246 hectares. “Esse avanço reflete as condições favoráveis da região, como a topografia adequada, o uso de águas do Aquífero Urucuia e tanques de geomembrana”, explica o pesquisador Daniel Guimarães, da Embrapa Milho e Sorgo.
Principais bacias hidrográficas e biomas
Mais de 70% dos pivôs centrais no Brasil estão localizados no bioma Cerrado, reforçando sua importância estratégica para a agricultura irrigada. As águas para irrigação provêm majoritariamente das bacias dos rios Paraná (37,7%) e São Francisco (33,1%). Em contraste, o Pantanal não registrou o uso de pivôs centrais.
Apesar dos avanços, a irrigação brasileira representa apenas 2,6% da área irrigada mundial, segundo dados da FAO. Com cerca de 12% da água superficial global, o Brasil apresenta um imenso potencial para expandir a irrigação, que hoje abrange 9,2 milhões de hectares considerando todos os sistemas, incluindo gotejamento e aspersão.
Benefícios e desafios
A irrigação pode aumentar a produtividade agrícola em até três vezes, além de garantir maior estabilidade nas safras e permitir o cultivo na entressafra. Entretanto, o consumo elevado de água é uma preocupação crescente. Estudos apontam que muitos aquíferos, como o Urucuia no Brasil e o Ogallala nos Estados Unidos, estão em processo de depleção. O uso intensivo desses recursos eleva os custos de bombeamento e ameaça a sustentabilidade a longo prazo.
Eventos climáticos extremos, como estiagens e ondas de calor, também têm impactado negativamente a produção agrícola dependente de chuvas. Esses fatores impulsionam a expansão da agricultura irrigada no País, vista como uma solução para mitigar perdas e garantir segurança alimentar.
O monitoramento da irrigação no Brasil é realizado desde 1985 por meio de parcerias entre a Embrapa, a Agência Nacional de Águas (ANA) e outras instituições. Segundo Guimarães, “a expansão planejada e sustentável é essencial para reduzir conflitos pelo uso da água e assegurar a eficiência dos recursos hídricos”.
Por AGro & Prosa
mundoagrobrasil.com.br 20/01/2025
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