Plataforma AquaPLUS® é destaque no IFC Amazônia
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O pesquisador Alexandre Caetano, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, participou como palestrante da segunda edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Amazônia), que integrou o rol de pré-eventos da Conferência Mundial do Clima (COP 30). No evento, realizado em Belém (PA), ele detalhou o avanço e o impacto do melhoramento genético na aquicultura brasileira por meio das soluções oferecidas pela Plataforma AquaPLUS® da Embrapa.
Segundo Caetano, o impacto da adoção das tecnologias da plataforma pelo setor é significativo. “Cerca de 50% dos alevinos de tilápia produzidos no Brasil são gerados com o uso do TilaPLUS®. Considerando a produção brasileira de 662 mil toneladas de tilápia (Anuário PeixeBR 2025) e um ganho de 5% de produtividade/crescimento, isso resulta em uma produção adicional de 16.555 toneladas, gerando um faturamento adicional estimado de R$ 135 milhões por ano para o setor”, afirmou.
De forma similar, cerca de 50% dos alevinos de Tambaqui produzidos por pisciculturas de diferentes escalas já são gerados com a utilização do TambaPLUS®. Considerando um ganho de produtividade mínimo de 5%, “O impacto corresponde a uma produção adicional de 2.500 toneladas, ou R$ 34 milhões de faturamento adicional por ano”, conta o pesquisador. “O impacto do TambaPLUS® tem sido mais impactante na correção de problemas de consanguinidade, comum em plantéis cujas matrizes foram geradas sem controle de pedigree”, explicou.
Economia
Em sua apresentação, Caetano destacou a Seleção Genômica Ampla como a tecnologia mais avançada atualmente disponível para o melhoramento genético de animais de produção, mencionando que ela proporciona ganhos em acurácia e tempo, além de uma economia significativa de recursos de custeio. Como exemplo, citou o teste de progênie em touros de leite, que custava US$ 50 mil por animal e levar cinco anos pelo método tradicional, enquanto que com Seleção Genômica o custo é de US$ 100 e dá o resultado no nascimento do animal.
“Essa tecnologia é particularmente vantajosa para características difíceis de medir, tardias ou limitadas por sexo. No entanto, a seleção genômica tem um alto custo de implementação, exigindo um investimento de milhões de dólares para formar uma base de dados com milhares de animais com informações genômicas e fenotípicas. Por essa razão, apesar de ser fantástica, não é algo acessível a todas as cadeias produtivas, especialmente na piscicultura, onde o investimento necessário é muito alto”, ressaltou o pesquisador.
Ele apontou que o grande problema na maior parte das cadeias produtivas aquícolas é a falta de processos básicos como identificação individual e controle de pedigree, o que impede acasalamentos dirigidos e a coleta de dados essenciais para a avaliação genética e seleção de animais superiores. “Nas espécies aquícolas, que são muito prolíficas, a falta de informação de parentesco leva ao risco de acasalamentos entre animais aparentados (endogamia)”, disse.
Essa endogamia, segundo Caetano, aumenta a frequência de mutações genéticas prejudiciais na população, resultando em doenças genéticas, malformações esqueléticas e problemas metabólicos. “Isso gera perdas produtivas, principalmente na fase de alevinagem, onde a expectativa é de 25% a mais de mortalidade em alevinos gerados de acasalamentos entre irmãos. Os animais sobreviventes sofrem do fenômeno conhecido como depressão endogâmica, crescendo menos”, afirmou o pesquisador, citando um estudo de 1983 com trutas, que demonstrou que a diferença de crescimento pode ser superior a 10% na primeira geração e 30% na segunda, em comparação com animais normais.
“Para mitigar esses problemas, a Embrapa desenvolveu a Plataforma aquaPLUS®. O objetivo é oferecer ferramentas avançadas, simples, práticas e de baixo custo para a análise genética de matrizes de espécies aquícolas. A plataforma agrega conhecimentos e processos para otimizar a gestão, uso, melhoramento e comércio de germoplasma em pisciculturas comerciais”, ressaltou.
As ferramentas disponíveis incluem:
TilaPLUS® (para Tilápia)
VannaPLUS® (para camarão L. vannamei)
TrutaPLUS® (para Truta arco-íris)
TambaPLUS® Parentesco e TambaPLUS® Pureza (para Tambaqui)
ArapaimaPLUS® (para Pirarucu)
De acordo com Caetano, novas ferramentas para outras espécies estão a caminho, como Pirapitinga, Pacu, Pangassius e camarão gigante da Malásia (M. rosenbergii).
“Nos serviços oferecidos pela Plataforma utilizamos marcadores SNP para transformar a informação genética em análise de parentesco, etc. Isso permite sair de uma situação sem pedigree para uma estrutura organizada, possibilitando análises globais da estrutura genética do plantel e a otimização de sistemas de acasalamento”, informou.
Eduardo Pinho (MTb/GO - 1073)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
08/05/2025
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