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Publicação da Embrapa destaca o cupuaçu como potência da bioeconomia e resiliência climática

Publicação da Embrapa destaca o cupuaçu como potência da bioeconomia e resiliência climática

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Lançado pela Embrapa Amazônia Oriental o livro, "O cupuaçuzeiro na Amazônia: ciência, tecnologia e produção", reúne décadas de conhecimento científico em torno da cultura, do manejo, da genética e do valor econômico e inovações acerca da espécie.

A obra pode ser acessada gratuitamente e aprofunda as diversas facetas da planta que produz um fruto no qual tudo se aproveita, com sabor e aroma exóticos e se posiciona com potência de sustentabilidade e da bioeconomia amazônica.

A publicação conta com 6 capítulos assinados por 12 pesquisadores da Embrapa e convidados. “Reunimos nesta obra, conhecimentos, tecnologias e inovações relevantes sobre a cultura do cupuaçuzeiro, desde o plantio até a comercialização, passando pela importância dos polinizados, controle de pragas e acima de tudo, com linguagem acessível para todos os públicos”, explica a pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Ruth Linda Benchimol, editora técnica da publicação. “É uma ferramenta valiosa para produtores, estudantes e pesquisadores interessados em soluções sustentáveis para a Amazônia.”, enfatiza.

 

Resistência e Inovação no coração da Floresta

O cupuaçuzeiro tem se destacado por sua capacidade robustez sendo, ao lado do cacaueiro e outras espécies de valor ecológico e econômico, componente importante dos Sistemas Agroflorestais (SAFs). Levantamentos da pesquisa estimam que a cultura envolve mais de 1.400 propriedades somente no Pará.

A planta, ao mesmo tempo, gera renda e se destaca às mudanças climáticas que afetam a Amazônia. "Desenvolvemos materiais com alta produtividade, resistência e adaptação climática", diz Rafael Moysés Alves. O cientista explica que as cultivares BRS Codajás, Coari e Carimbó são exemplos de como a ciência transforma a biodiversidade em segurança alimentar e renda. As BRSs alicerçaram o caminho aos clones integrantes do Kit Cupuaçu 5.0, último lançamento da Embrapa, mais produtivo e mais adaptados à realidade do clima e pragas.

“Com as mudanças climáticas observadas nos últimos 10 anos é fundamental desenvolver materiais com produção estável mesmo sob estresse hídrico,” afirma o pesquisador Rafael Moysés Alves. “Trabalhamos com materiais genéticos superiores, promovendo alta produtividade e sanidade. A dupla aptidão da fruta, para polpa e amêndoas e aproveitamento, inclusive da casca, o elegem como um ativo de bioeconomia.

A publicação evidencia, entre outros aspectos, o potencial das sementes (amêndoas) do fruto, usadas na produção do cupulate — uma versão amazônica do chocolate tradicional, assim como na extração de manteiga, apreciada para usos em indústrias de alimentação e de cosméticos.

Para Alves, resolver os gargalos na industrialização da amêndoa pode agregar valor ao produto. “Polpa e semente podem gerar uma remuneração mais justa, criando novas possibilidades para pequenos agricultores e a economia da região.”

Ronaldo Rosa

 A exertia é uma das tecnologias destacadas na publicação

Oportunidade econômica e cultural

Segundo o pesquisador Alfredo Homma, o cupuaçu percorreu um caminho exponencial do extrativismo à agroindústria. “A fruta deixou os quintais, matas e passou a integrar um modelo comercial sustentável, impulsionado por cooperativas como a CAMTA, na cidade de Tomé-Açu (PA), que promove não só a polpa como também a amêndoa ampliando a inserção do fruto em mercados internos e externos.”

Para o cientista, o cupuaçuzeiro passou de árvore silvestre a uma frutífera domesticada com alta relevância comercial nos últimos 30 anos. Homma explicita que o processo envolveu tecnologias como enxertia e seleção de clones resistentes, entre outros. “A mudança de paradigma é histórica: do extrativismo ao cultivo orientado para agroindústrias, o fruto se tornou pilar para a agricultura familiar em estados como o Pará”, afirma.

Homma destaca ainda que o cupuaçu precisa superar desafios como pragas e a falta de estatísticas oficiais para consolidar seu lugar na bioeconomia. “Temos uma joia em mãos. Precisamos de polos organizados de produção para padronizar a amêndoa e viabilizar a produção em escala. Com organização produtiva e marketing, o cupuaçu pode romper a invisibilidade dos frutos nativos e representar a riqueza sustentável da Amazônia.”

 

O melhor da pesquisa reunido em uma única publicação

A publicação "O cupuaçuzeiro na Amazônia: ciência, tecnologia e produção" – pode ser acessada gratuitamente clicando aqui.

Conta com a edição técnica de Ruth Linda Benchimol, Carina Melo da Silva e Bernardo do Vale Araújo Melo.

Assinam os autores Alfredo Kingo Oyama Homma, Bernardo do Vale Araújo Melo, Carina Melo da Silva, Carlos Rogério de Souza Silva, Giorgini Augusto Venturieri (in memoriam), Gisalda Carvalho Filgueiras, José Edmar Urano de Carvalho, Márcia Motta Maués, Rafael Moysés Alves, Ruth Linda Benchimol e Walnice Maria Oliveira do Nascimento.

 

 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

26/05/2025

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