O sistema global agroalimentar emprega 35% da população mundial, alimenta oito bilhões de pessoas no mundo e cresceu 150% nos últimos 50 anos. Os dados fazem parte do documento do grupo de trabalho do B20 entregue nesta segunda-feira (9), ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante o Fórum Internacional Agropecuário (FIAP), que acontece em Cuiabá (MT).

As conclusões mobilizaram 139 pessoas de 22 países e de 14 setores diferentes, e foram apresentadas pelo presidente do grupo de trabalho “Sistemas alimentares sustentáveis” do B20 e CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni. Entre os resultados, Tomazoni ressaltou a importância de aumentar a produtividade com sustentabilidade reduzindo a fome, mas destacou algumas mudanças necessárias nos sistemas agroalimentares. “No campo da produtividade, vamos precisar da adoção de melhores tecnologias, como a biotecnologia, a agricultura regenerativa e a tecnologia digital”, citou.

Ele também enfatizou que essas transformações esbarram em questões econômicas, de acesso à assistência técnica e em questões sociais, com a necessidade de convencer os agentes sobre a necessidade da mudança. Tomazoni ainda reforçou que será preciso que os sistemas financeiros entendam o desafio, especialmente o processo de transformação, que exigirá taxas diferenciadas e seguros para amortizar as perdas durante o período de mudança. “Por isso é tão importante a remuneração por serviços ambientais, ajudaria para que esse financiamento fosse mais acessível e possível”, ponderou.

Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, que também participou do debate, exemplificou o modelo de financiamento do Renovabio, que, segundo ele, é um grande exemplo de financiamento de iniciativas sustentáveis. “O Brasil vem dando exemplo e incentivos para fazer essa mudança estratégica", afirmou.

Ao receber o documento, o ministro Carlos Fávaro lamentou as queimadas em todo o Brasil, esperando que esse cenário sensibilize as autoridades que visitarão o estado de Mato Grosso para a reunião do G20, entre os dias 10 e 14 de setembro, e que isso resulte em um compromisso mundial para reverter as mudanças climáticas. “Tenham certeza que o Brasil lidera a produção de alimentos e o processo de produção com sustentabilidade. Que as conclusões desta reunião se tornem um marco para os próximos 50 anos”, disse o ministro.

Fonte: Uagro

datagro.com.br  10/09/2024