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Recuperação de pastagens degradadas requer US$ 2 bilhões, diz estudo

Recuperação de pastagens degradadas requer US$ 2 bilhões, diz estudo

No Brasil, atualmente essas áreas são subutilizadas ou operam muito abaixo de sua capacidade produtiva

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O Boston Consulting Group (BCG), em conjunto com o WWF-Brasil e IFACC (Innovative Finance for Amazon, Cerrado and Chaco), desenvolveu o relatório “Mobilização de capital catalítico para escalar expansão responsável de lavouras e pecuária no Brasil”. O país, que desempenha um papel crucial no atendimento da demanda global por alimentos, tem expectativa de crescimento de 50% até 2050.

Com mais de 100 milhões de hectares (aproximadamente dois terços do total) de pastagens degradadas disponíveis para expansão agrícola e pecuária, o Brasil é capaz de suprir o aumento previsto na produção nas próximas duas décadas sem cortar uma única árvore. Contudo, de acordo com o estudo, essa maior procura requer mais produção por hectare para evitar a expansão em ecossistemas intocados.

“Para conter graves consequências climáticas e perda de biodiversidade, a agricultura global deve se expandir até 2050 sem mais invasão de habitat. Conseguir isso envolve intensificar os modelos de produção e otimizar o uso de terras já desmatadas”, pondera Fabiana Reganati, project leader do BCG. “Atualmente, as pastagens degradadas do Brasil são subutilizadas ou operam muito abaixo de sua capacidade produtiva potencial. Porém, com o investimento adequado, é tecnicamente possível recuperá-las e devolvê-las à produção ou aumentar sua utilização”.

A pesquisa aponta que a recuperação dessas áreas envolve o uso de técnicas para restaurar a saúde do solo, melhorar a produção de alimentos e aumentar o armazenamento de carbono. A solução utilizada para a restauração de pastagens deve ser determinada com base no nível de degradação, localização geográfica e disponibilidade de recursos financeiros.

No Brasil, o governo lançou, em dezembro de 2023, um plano que tem como meta a recuperação de 40 milhões de hectares nos próximos 10 anos. Essas áreas podem ser utilizadas para intensificação sustentável da pecuária – com aumento de produtividade potencial de 3 a 5 vezes - e expansão responsável da soja em terras já desmatadas. “O sucesso de uma expansão em escala passa por uma abordagem responsável, que respeite as condições sociais e ambientais de cada região. A disponibilização de informações ESG de qualidade para os investidores será um facilitador para atrair capital para essa agenda”, comenta o Maxime Garde, especialista em Finanças Verdes no WWF-Brasil.

“Aumentando a produtividade de 24-32% para 49-52% das terras degradadas disponíveis, o Brasil pode alcançar o aumento esperado na produção de carne, culturas, madeira e biocombustível até 2040. Além disso, uma estrutura de governança articulada e o mapeamento de riscos socioambientais alavancarão outros benefícios, como a preservação da biodiversidade, gestão de recursos hídricos, bem-estar das comunidades locais ou fertilidade do solo, maximizando assim o impacto positivo dessa agenda e mitigando os riscos associados ao mesmo tempo”, complementa Reganati.

O capital catalítico será crucial para construir um histórico e desbloquear financiamento privado para a agenda de recuperação de pastagens degradadas. O estudo reforça uma chamada à ação para atingir US$ 2 Bi de capital catalítico para reduzir o risco e o custo de financiamento, até 2030. “Nossa experiência com a iniciativa IFACC, mostra que esses US$ 2 Bi de capital catalítico conseguem alavancar até US$ 8 Bi em capital comercial para compor estruturas inovadoras de financiamento e garantir a escala necessária desses produtos financeiros. Isso é crucial para avançarmos em direção a uma agricultura de baixo carbono com maior produtividade por hectare”, complementa Marcos Gambi, coordenador de finanças agrícolas da The Nature Conservancy.

As empresas envolvidas nesse processo poderão melhorar suas relações com clientes e cumprir metas de emissões, pois a recuperação de pastagens não só contribuirá para a produção de alimentos, mas também para a redução das emissões de gases de efeito estufa, resultando em benefícios econômicos substanciais.

Fonte: Uagro

 

datagro.com.br  17/09/2024

 

 

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