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Em vídeo com Alice braga, ONG ambiental divulga dados contestáveis para atacar o agronegócio

Em vídeo com Alice braga, ONG ambiental divulga dados contestáveis para atacar o agronegócio

Conteúdo distribuído pelo Greenpeace mostra que falta informação sobre a evolução do agro e o significado de segurança alimentar

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“Antigamente toda comida era orgânica. Toda comida era cultivada localmente”, diz a atriz Alice Braga, sobrinha de Sônia Braga e que conquistou a fama por sua atuações em produções de Hollywood. A frase faz parte de um roteiro cheio de declarações, no mínimo, questionáveis na série de vídeos produzidos e divulgados pelo Greenpeace.

É verdade que “antigamente”, a grande parte dos alimentos eram produzidos “organicamente”. Mas é preciso lembrar que “antigamente” a expectativa de vida dos seres humanos era muito menor, as pessoas morriam de doenças que hoje podem ser prevenidas com vacinas ou tratadas com medicamentos. Além disso, a fome também era tão natural quanto andar para frente.

No vídeo de 10 minutos e sob direção da ONG ambiental, a atriz questiona a produção de alimentos em grande escala a partir de um roteiro que não cita as fontes de informação, e por vezes, não contextualiza as afirmações.

Sem mencionar, por exemplo, que com a evolução dos seres humanos e da ciência, o agro ganhou muito em produtividade e segurança para alimentar uma população crescente que hoje está na faixa de 7,8 bilhoes de pessoas no mundo.

Convidamos o professor e engenheiro agrônomo, Xico Graziano, para analisar o conteúdo do vídeo. Confira aqui (link video xico). Para ele, ideia de alguns ambientalistas de que é preciso voltar para o passado da civilização, e aí cada um vai cultivar seu próprio alimento, é um pensamento elitista e retrogrado. “Não tem nada a ver com ambientalismo, porque o ambientalismo olha para o futuro da civilização”, afirmou.

Em outro trecho, a atriz destaca: “Existem 23 bilhões de galinhas no mundo. Três galinhas por pessoa na Terra.” No entanto, o dado está um pouco desatualizado. Em 2018, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), estimou a população de galinhas no mundo em pouco mais de 23,7 bilhões de animais. Em 1961, há 59 anos, o órgão contabilizava cerca de 3,9 bilhões de galinhas.

A notícia vista como “ruim”, para o Greenpeace e para a atriz, é excelente para o resto do mundo. Pois o frango tornou-se uma das proteínas que alimenta bilhares de pessoas no planeta. Se não fosse a popularidade do frango não haveria iniciativas como a do indiano Narayana Reddy (1946-2019), que se popularizou no YouTube com o canal Grandpa Kitchen, no qual fazia receitas para alimentar órfãos. Após sua morte, seus netos continuaram seu trabalho.

Os mitos do agro

O AgroSaber preparou uma lista relembrando alguns mitos do agro já rebatidos por aqui. Esse material pode ajudar a compreender e evitar a disseminação de notícias falsas. Confira:

O agro está associado ao desmatamento?

Mito! A Embrapa Territorial fez um estudo excelente mostrando que cerca de 218 milhões de hectares são preservados nas fazendas. Esta semana, até falamos da produção de laranjas que ajuda a preservar 182 mil hectares.

Monocultura e pastagens freiam a absorção de dióxido de carbono (CO2)?

Mito! Soja, milho e pastagens são plantas, fazem fotossíntese e, portanto, capturam naturalmente CO2. Outro estudo da Embrapa mostra que até o final deste ano, o agro brasileiro pode sequestrar 163 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera.

Tem mais comida para alimentar animais do que pessoas?

Mito! Se grande parte dos animais criados viram alimentos ou dão origem a outros fontes nutricionais, então, o foco é sempre alimentar as pessoas.

As criações de animais são grandes poluidoras?

Mito! A inovação tecnológica como os biodigestores permite reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas fazendas. Em uma década, essa tecnologia sequestrou do ar brasileiro 391 milhões de toneladas de CO2.

Pesticidas envenenam as pessoas?

Mito! Os pesticidas são para controle de pragas nas lavouras e vão perdendo efeito depois de aplicados. Por isso existe um período de carência até o produto ser levado ao consumidor. E mesmo levando em conta os resíduos de pesticidas, o risco de intoxicação é praticamente nulo, segundo o mais recente relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Produção orgânica pode alimentar todo mundo?

Mito! Estudo comparando produção em larga escala de soja e milho sem o uso de pesticidas mostram dois cenários: 1) mantendo a produção no nível atual: o custos se elevam e influi em mais áreas cultivadas, e, consequentemente, mais desmatamentos; 2) mantendo a área de produção atual: a produção cai e leva a prejuízos bilionários o que comprometeria toda a produção de alimentos.

E aí, gostou da matéria? O AgroSaber continua com sua missão de esclarecer a todos e contribuir para que não haja disseminação de notícias falsas. Afinal, a pior praga é desinformação, Alice! Sinta-se livre para curtir, comentar e compartilhar em suas redes sociais 

agrosaber.com.br

14/08/2020

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