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Projeto no Rio Grande do Sul estimula cultivo de lúpulo

Projeto no Rio Grande do Sul estimula cultivo de lúpulo

O objetivo é levantar informações a respeito da cultura e, assim, fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva no Estado, atendendo principalmente à indústria cervejeira

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O Projeto Monitoramento e Desenvolvimento da Cultura do Lúpulo no Rio Grande do Sul, desenvolvido pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) em conjunto com a com a Emater/RS-Ascar, reúne técnicos e pesquisadores que irão se dar o acompanhamento da cultura do lúpulo e visitas às propriedades no Estado.

O objetivo é levantar informações a respeito da cultura e, assim, fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva no Rio Grande do Sul.

A fase inicial do projeto – que terá a duração de 12 meses (até agosto de 2021) –  consiste na realização de ações em seis propriedades rurais localizadas em Bom Jesus, São Francisco de Paula, Serafina Côrrea, Vacaria e Nova Petrópolis, denominadas unidades de acompanhamento, sem nenhum custo ou remuneração aos agricultores participantes.

Em cada uma delas será observada a rotina agronômica do cultivo do lúpulo; coleta de dados sobre o desenvolvimento das plantas; coleta de dados agrometeorológicos; coleta e análise de solo; dias de campo para treinamento da equipe técnica do projeto e levantamento de informações socioeconômicas da cultura do lúpulo. É importante destacar a participação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), por meio do curso de Tecnologia de Alimentos, campus Caxias do Sul, e da Associação Gaúcha de Microcervejarias.

De acordo com o gerente de Planejamento da Emater/RS-Ascar, Rogério Mazzardo, essa é uma cultura que esteve muitos anos no Estado restrita a imigrantes que produziam sua própria cerveja. Hoje, vem crescendo, por meio do esforço e empenho de alguns agricultores e empreendedores que vislumbram o lúpulo como uma alternativa econômica.

“Eles estão cultivando, mesmo que ainda com poucas informações ou com algumas informações trazidas de fora, e adaptando os cultivares, porque ainda não temos uma cultivar desenvolvida aqui no RS. Então as cultivares que temos estão vindo de outros países e estão sendo adaptadas à região”, explicou.

Mazzardo acrescenta que tem algumas iniciativas de cultivo do lúpulo também no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Mas o RS é um dos principais polos e está à frente do cultivo do lúpulo. Isso porque ele está localizado na região da Serra gaúcha, onde há muitos anos imigrantes trouxeram sementes de cevada e mudas de lúpulo para cultivar e produzir sua própria cerveja?.

Nas seis unidades de acompanhamento serão feitas coletas de solo, para verificar a fertilidade e as exigências nutricionais dessas plantas. Também será feito um acompanhamento dessa evolução da cultura na região, bem como realizados encontros entre esses agricultores para discutir algumas estratégias e capacitações a respeito da cultura. ?
É o início de ações com a cultura, então ela tem todo um trabalho a ser desenvolvido. E, na sequência, outros produtores e entidades serão convidados a participar.

Motivação

O lúpulo é um dos insumos mais caros na produção de cerveja. Foto: Shutterstock

De acordo com o pesquisador da Seapdr, Alexander Cenci, a iniciativa surgiu a partir de uma demanda da Câmara Setorial das Bebidas Regionais, reativada no final do ano passado. A partir desse momento, a Seapdr foi solicitada a desencadear ações na área da produção de lúpulo em função do contexto microcervejeiro que o Estado tem.

Para se ter uma ideia, das três principais cidades do país que possuem microcervejarias, duas estão no RS: Porto Alegre e Caxias do Sul. E o lúpulo é um dos insumos mais caros na produção de cerveja, pois ele é principalmente importado da Alemanha e EUA.

Diante disso, a possibilidade de produzir um lúpulo a um custo mais baixo e também com as características regionais, tanto da Serra como do RS todo, possibilita que se desenvolva um produto com as características locais. ?

“Essa estratégia de desenvolver uma cerveja com esse contexto também é um atrativo para que se incentive a produção de lúpulo, além da alternativa de baratear o custo e ter a possibilidade de produzir cervejas com uma flor mais recentemente colhida, que dá a possibilidade de características mais específicas na cerveja”, avalia Cenci.

Maria Lupulina

Produtores esperam consolidar o mercao de lúpulo. Foto: Shutterstock

A estudante de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Victória Silva Felini, e sua irmã, a designer Letícia Felini, de Bom Jesus, mantêm uma das seis unidades de acompanhamento envolvidas no projeto. Tudo começou porque o cunhado de Victória produzia cerveja artesanal e comentava que o lúpulo era o insumo mais caro por ser importado. ?

“Eu não conhecia a cultura do lúpulo mesmo fazendo Agronomia, então fomos conhecer uma lavoura em Gramado no final de 2018 e ficamos apaixonadas pela planta. E foi assim que trouxemos mudas para Bom Jesus, onde nasceu a nossa produção de lúpulo, batizada de Maria Lupulina, por se tratar de uma propriedade e produção feita por mulheres e como forma de homenagear a nossa mãe, que tem como primeiro nome Maria”, diz a jovem produtora.

“A área de cultivo ainda é pequena, quase meio hectare, mas vamos aumentar. Almejamos aumentar a produção com o cultivo de mais de um hectare. O foco principal é o mercado cervejeiro artesanal. Queremos oferecer o ingrediente de altíssima qualidade. Estamos muito empolgados com nossa primeira colheita, na qual vamos colher muito lúpulo esse ano”.

Victória destaca que como produtores é preciso se preocupar com todo o ciclo: colheita, secagem, armazenagem, embalagem e comercialização.

“Como ainda é pouco conhecido, temos de ir atrás dos clientes, mostrar nosso produto, o que a acaba dificultando e deixando o trabalho ainda maior, encarecendo muito, inclusive. Mas estamos indo pelo caminho certo, porque essas pesquisas e parcerias vão nos ajudar muito e isso vai ser importante para todos os produtores. Com essa parceria, a gente vai conseguir fazer com que consolide cada vez mais o mercado do lúpulo. Nós da Maria Lupulina acreditamos muito no potencial da cultura, desenvolvimento e expansão de mercado”, conclui.

Fonte: Emater-RS

09/10/2020

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