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Integração de Nutrição Mineral e Micro-organismos: Um Caminho Promissor para a Agricultura Sustentável

Integração de Nutrição Mineral e Micro-organismos: Um Caminho Promissor para a Agricultura Sustentável

Estratégias Inovadoras para Aumentar a Tolerância das Plantas às Condições Climáticas Adversas

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Com a chegada do inverno no Brasil, as previsões climáticas mostram cenários variados entre as regiões. No Sul, acumulados de chuva podem ultrapassar 60 mm, enquanto o Centro-Oeste e o Sudeste enfrentam o risco de seca. A massa de ar frio pode reduzir as temperaturas a menos de 10 °C, e a possibilidade de pancadas de chuva com ventos fortes e granizo é alta. Em contrapartida, temperaturas máximas podem exceder 36 °C em algumas áreas.

Essas condições adversas, como temperaturas extremas, secas e inundações, provocam o que é conhecido como estresse abiótico nas plantas. Esse estresse pode reduzir a produtividade agrícola e ameaçar a segurança alimentar global. Como, então, proteger as lavouras e aumentar a tolerância das plantas a essas adversidades? Karla Vilaça, engenheira agrônoma, doutora em Fisiologia Vegetal e consultora de Desenvolvimento Técnico da ICL, aponta que um manejo eficaz pode minimizar as perdas de produtividade. A combinação de nutrição mineral com a interação das plantas com micro-organismos surge como uma abordagem promissora para a agricultura sustentável.

“Os micro-organismos benéficos incluem principalmente bactérias e rizobactérias promotoras de crescimento de plantas, fungos micorrízicos, actinobactérias e cianobactérias fixadoras de nitrogênio. Essas interações benéficas estimulam o crescimento das plantas, facilitando a mobilização e o transporte de nutrientes através da fixação de nitrogênio e da solubilização de fósforo, além de promover a produção de hormônios e metabólitos secundários. Esses micro-organismos também ajudam a aliviar o estresse abiótico por meio de diversos mecanismos”, explica Karla Vilaça.

Um dos mecanismos mais eficazes para aumentar a resiliência das plantas ao estresse abiótico é o aumento do crescimento radicular. Os micro-organismos promotores de crescimento favorecem a formação de raízes laterais e pelos radiculares, melhorando a absorção de água e nutrientes. “Esses micro-organismos sintetizam hormônios que auxiliam no desenvolvimento das plantas, como a auxina, que estimula a proliferação de raízes laterais e o aumento dos pelos radiculares. Isso resulta em uma maior superfície da raiz e, consequentemente, em uma melhor absorção de nutrientes e água”, afirma.

Outra estratégia importante é a produção de biofilmes, uma matriz composta por exopolissacarídeos que protege a superfície das raízes. Os biofilmes ajudam a estabelecer gradientes de potencial hídrico em condições de baixa disponibilidade de água, aliviando a deficiência hídrica e o estresse salino.

“Além disso, os micro-organismos podem influenciar o metabolismo de defesa das plantas. Sob estresse, as plantas produzem espécies reativas de oxigênio que causam danos oxidativos em biomoléculas como lipídios, proteínas e ácidos nucléicos. Estudos mostram que plantas tratadas com micro-organismos promotores de crescimento têm uma atividade aumentada de enzimas antioxidantes”, acrescenta Karla.

A doutora também destaca que um mecanismo adicional de tolerância das plantas ao estresse abiótico, especialmente ao déficit hídrico, é o acúmulo de compostos osmoprotetores como glicina betaína, açúcares (sacarose), polióis (manitol), ácidos orgânicos (malato), íons inorgânicos (potássio) e aminoácidos (prolina). Esses osmólitos ajudam a manter o turgor celular e a reduzir o potencial hídrico. Estudos demonstram que plantas inoculadas com micro-organismos promotores de crescimento apresentam níveis elevados de prolina.

“As pesquisas sobre a interação entre micro-organismos e plantas revelam várias oportunidades para aplicações na agricultura, visando maior tolerância aos estresses. No entanto, há muitos desafios a serem enfrentados, especialmente devido à diversidade climática no Brasil. Produtos biológicos são agentes vivos cuja eficácia depende das condições climáticas e do manejo do solo”, conclui Karla Vilaça.

Fonte: Portal do Agronegócio

08/08/2024

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