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Comissão de Agricultura da Câmara debate importância dos defensivos com neonicotinóides para sanidade das lavouras brasileiras

Comissão de Agricultura da Câmara debate importância dos defensivos com neonicotinóides para sanidade das lavouras brasileiras

Substância é usada para controlar pragas em culturas como soja, milho e algodão

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A deputada Coronel Fernanda (PL-MT), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), realizou nesta segunda-feira (25) uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. O objetivo foi debater o uso dos defensivos agrícolas da classe dos neonicotinóides e sua importância estratégica para a agricultura brasileira.

Esses defensivos são amplamente empregados no combate a pragas que afetam cultivos essenciais, como soja, milho e algodão, pilares da economia agrícola do país. No entanto, o uso dessas substâncias também desperta preocupações sobre seus impactos ambientais, especialmente em polinizadores, como abelhas, e na biodiversidade em geral. Durante a audiência, a parlamentar destacou a eficácia dos neonicotinóides e sua baixa toxicidade para humanos, questionando a priorização de alternativas mais caras e menos acessíveis.

“O produtor brasileiro enfrenta custos altíssimos devido à falta de concorrência e à dificuldade de acesso a defensivos mais modernos. É fundamental que o governo federal e as autoridades apoiem o setor para tornar a produção nacional mais competitiva. Não podemos continuar pagando tão caro para sustentar o Brasil e alimentar o mundo,” afirmou Coronel Fernanda.

:: Custos elevados e gargalos regulatórios

Leonardo Minaré, assessor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), participou da reunião e enfatizou a relevância dos neonicotinóides para a produtividade agrícola, associando o desempenho dos agricultores brasileiros ao uso de tecnologias avançadas e boas práticas. Ele ressaltou que o Brasil é referência global em inovações como o plantio direto e o uso de defensivos biológicos. “O Brasil lidera o uso de biológicos no mundo. Nenhum outro país chega perto da nossa eficiência,” afirmou.

Por outro lado, Minaré alertou sobre a disparidade nos custos dos defensivos agrícolas. Enquanto produtores de outros países da América Latina pagam entre U$ 10 e U$ 15 por litro, os agricultores brasileiros gastam de R$ 165 a R$ 470, gerando um custo adicional superior a R$ 1 bilhão nos setores de soja e cana-de-açúcar. Ele atribuiu essa diferença à baixa concorrência no mercado e à demora no registro de novos produtos no Brasil, destacando que há 22 solicitações pendentes no Ibama, além de processos judiciais que retardam a reavaliação de produtos.

:: Essencial para a produtividade agrícola

Maciel Silva, diretor técnico adjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reforçou a indispensabilidade dos neonicotinóides para o controle de pragas de alto impacto econômico, como a cigarrinha do milho, o psilídeo dos cítricos (vetor do greening) e o bicho mineiro do café. Ele lembrou que esses defensivos, utilizados no Brasil desde os anos 1990, substituíram substâncias mais tóxicas, como os organoclorados, apresentando maior segurança para humanos e eficiência no campo.

Por sua vez, Jacob Neto, pesquisador da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), destacou a importância dos neonicotinóides no manejo integrado de pragas, especialmente na cultura do algodão no Cerrado, onde a produção é integrada ao sistema de soja e milho. Ele mencionou que o Brasil é o maior exportador mundial de pluma de algodão e ressaltou que práticas rigorosas, como receituário agronômico e rastreabilidade, asseguram a conformidade no uso de inseticidas com as normas regulatórias.

:: Cobrança por agilidade e críticas aos boicotes internacionais

A deputada Coronel Fernanda cobrou maior agilidade do Ibama na análise e aprovação de novos defensivos agrícolas, alertando que a burocracia e os altos custos comprometem a competitividade do agronegócio brasileiro. “É essencial que o Ibama adote uma postura mais ágil e sensível. Os custos atuais tornam inviável competir no mercado internacional. Precisamos atrair novas empresas para o país, reduzir os preços e garantir a sustentabilidade do setor,” afirmou.

A parlamentar também criticou as restrições impostas pela União Europeia, especialmente pela França, ao agronegócio brasileiro, classificando-as como narrativas comerciais sem fundamento. “Dizem que o Brasil destrói o meio ambiente, mas ignoram que temos uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Enquanto lutamos para desenvolver nossa infraestrutura, como portos e ferrovias, eles já destruíram grande parte do meio ambiente e tentam agora nos impor barreiras comerciais,” declarou a deputada.

A audiência reforçou a importância dos neonicotinóides para a competitividade e sustentabilidade da agricultura nacional, destacando a necessidade de superar gargalos regulatórios e enfrentar as pressões internacionais que impactam o setor.

Fonte: Uagro

datagro.com.br  26/11/2024

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