Na manhã desta quarta-feira (04.06), representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) que estão percorrendo o Circuito Aprosoja realizaram uma visita à Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas, Copihanama, e a aldeia onde estão instalados os povos indígenas produtores de diversos grãos na região de Campo Novo do Parecis. A visita teve como objetivo conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela cooperativa, que tem se destacado por promover uma produção agrícola sustentável e o bem-estar das comunidades indígenas por meio da agricultura.

Durante a visita, o Coordenador da Fazenda Unidade Seis Chapada Azul, Airton Zonezokemae, falou aos representantes da Aprosoja MT os pilares que sustentam a comunidade e salientou que o foco da produção de grãos varia entre soja, milho, milho pipoca, feijão, dentre outras culturas. “É um prazer para nós mostrar a realidade do nosso trabalho, o desenvolvimento econômico do nosso povo, a participação também como indígena no desenvolvimento da agricultura. Para nós é um prazer fazer parte também da Aprosoja MT, somos parceiros”, ressaltou Airton.

Para o presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber, a visita comprova, na prática, os benefícios da produção agrícola nas aldeias indígenas. “A produção agrícola tem sido essencial para trazer de volta muitos indígenas que haviam deixado suas aldeias em busca de trabalho. Essa atividade não apenas gera renda e melhora a qualidade de vida, como também tem um papel importante na preservação da cultura indígena, fortalecendo os laços familiares e comunitários. Com isso, os indígenas conseguem produzir alimentos, gerar renda, e ainda têm acesso a melhorias como saneamento básico, moradia digna e infraestrutura. E, acima de tudo, mantêm viva sua cultura e permanecem unidos em sua terra de origem, garantindo a continuidade de seu modo de vida por muitas gerações”, destacou.

Outro ponto relevante abordado durante a visita foi o compromisso com a Agricultura Regenerativa, que é uma prática que busca restaurar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e adotar técnicas sustentáveis que favoreçam tanto o meio ambiente quanto a produtividade a longo prazo. Essa abordagem dialoga diretamente com os princípios defendidos pela Aprosoja MT e pelos produtores rurais mato-grossenses. Para o geofísico e divulgador científico Sérgio Sacani, conhecer a cultura indígena é fundamental para entender a realidade das comunidades, suas tradições e desenvolvimento da produção sustentável.

“Estamos aqui em Campo Novo do Parecis, na aldeia Chapada Azul e foi uma experiência incrível. Os indígenas produzem soja em áreas onde antes não havia absolutamente nada, e ao mesmo tempo preservam a natureza, as cachoeiras, os rios, tudo super conservado. E tem mais, eles querem o desenvolvimento. Tudo aquilo que você tem aí na sua casa eles têm direito. Agora, eles estão unidos nas aldeias, fortalecendo a identidade e a tradição, enquanto produzem e cuidam da terra. Além disso são os maiores produtores de milho pipoca do Brasil”, afirmou Sérgio.

Para a Aprosoja MT, a oportunidade de ver de perto o trabalho da Copihanama é essencial para apoiar a agricultura indígena. Essa aproximação reforça o compromisso da entidade em dialogar com iniciativas que contribuam para o fortalecimento do agronegócio.