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Como a compactação do solo afeta a lavoura.

Como a compactação do solo afeta a lavoura.

A principal consequência é a perda de produtividade nas regiões compactadas

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O solo é um organismo vivo. Os milhares de seres que habitam nele ao são visíveis a olho nu mas trazem muitos impactos em fertilidade. Bactérias, fungos, minhocas, besouros têm diversas funções que nutrem a planta, sendo fundamentais para o fechamento do ciclo que se reflete na produtividade. Esses fatores podem ser prejudicados por um fator muitas vezes invisível e de difícil avaliação: a compactação do solo.

O assunto foi discutido por especialistas em uma live do Sistema Faeg. A compactação é um fator silencioso, que tira aos poucos o potencial produtivo. Por não estar visível como uma praga ou doença, corrigida com defensivos, torna-se mais complicado observar e exige profissionais capacitados para o diagnóstico. “ Quando você vê já está tirando 10, 20% da sua produtividade. Se você pegar os campeões de produção de soja do CESB, por exemplo, que colhem acima de 100 sacas/hectare, todos eles não tinham compactação de solo e isso fez a diferença”, avalia Ivan Brucelli, engenheiro agrônomo e produtor rural. 

Um estudo conduzido pelo professor João Carlos de Moraes Sá, da  Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em 2004, já mostrava que uma simples nivelação com grade leva a perda de 900kg de carbono em 7 dias. Uso de correntão e rolo faca que pica a palha, também promovem a perda. “Muitas vezes o que o produtor iria ganhar com milheto ou palhada ele está perdendo na gradagem”, explica Jadson Moura, doutor em Agronomia. 

Os fatores que incentivam a compactação são: solo nu, queimadas, máquinas pesadas, acidificação, sucessão de culturas soja/milho e plantio direto com pouca palha. 

Como corrigir

Um bom indicativo de qualidade é quando o solo se aproxima da natureza, como a manutenção da biodiversidade e das características físicas, químicas e biológicas. A compactação impacta diretamente na microbiota. Além de redução de matéria orgânica também há redução de atuação de microorganismos que trazem benefícios não só para as plantas mas para a estruturação. “Os fungos micorrízicos, por exemplo, são fundamentais para manter a estrutura do solo e das plantas. Eles auxiliam na absorção de água e sais minerais. Então quanto mais espécies tenho na cobertura de solo, mais diversidade de microorganismos. Do ponto de vista biológico isso é muito benéfico pra o solo”, explica Moura.

O problema deve ser imediatamente corrigido quando notado. Eduardo Severiano, doutor em Ciências do Solo, destaca que o produtor tem que buscar alternativas de manejo porque, essencialmente, é um processo resultante da interação do solo com a máquina, que também desencadeia processos de degradação ambiental. “Esse problema foi negligenciado num primeiro momento porque tivemos um grande incremento de produtividade vindo do manejo de fertilidade com químicos e sementes de alta genética e por isso não percebemos. Agora temos que corrigir se quisermos índices maiores de produtividade”, completa. 

A compactação, além da produtividade agrícola, também traz efeitos negativos na pastagem e florestas. “O plantio direto, rotação de culturas e manutenção de palhadas sem revolvimento tiveram vantagens ao solo mas também trouxeram compactação. Existem ferramentas para avaliar o solo compactado e como resolver o problema”, diz Brucelli.

As vantagens do ILP e análise de solo

O sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP) traz inúmeros benefícios para a biota do solo. Na pastagem a variedade mais utilizada tem sido a brachiaria ruziziensis mas Severiano esclarece que, embora seja ótima na rotação, não tem capacidade de agir na descompactação do solo. “A taxa de entregar o solo melhorado para a outra safra é quase nula. Com ruzizienses atingimos no máximo 20% e com variedades brizanthas até 95%. Temos um programa nacional de melhoramento de pastagens que dão bons resultados para a pecuária, adaptadas ao clima e que ainda melhoram o solo”, destaca.

Outra forma eficiente de combater a compactação, além de uma boa cobertura, é a análise de solo. O especialista avalia que essa cultura deve estar na rotina do produtor assim como ele já faz análise para calagem ou gessagem. O custo não é alto e ajuda a definir o melhor manejo. “Talvez eu chegue a uma necessidade de 25% de rotação de cultura mas apenas um talhão com compactação crítica. Aí eu desenvolvo um plano para ele. Com brachiaria de porte alto, melhor eficiência de dessecação e já planejo para que ele seja o último a ser plantado para manejar de forma eficiente”, define.

Fonte:Agrolink.

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