Agronegócio Adota Soluções Waterless para Cultivos Mais Sustentáveis
Tecnologias que utilizam menos água emergem como prioridade para biotecnologias no setor agrícola
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O conceito "waterless" — que se traduz literalmente como "menos água" — teve sua origem em 2015 na Coreia do Sul, inicialmente voltado para o desenvolvimento de cosméticos que utilizam pouca ou nenhuma água. Com o agravamento das mudanças climáticas e a diminuição das precipitações, como observado em estados como Amazonas e Mato Grosso, esse conceito está sendo adaptado para o agronegócio.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), a agricultura consome 70% da água doce disponível globalmente, um percentual que sobe para 72% no Brasil. No entanto, a variabilidade nas chuvas tem afetado a disponibilidade deste recurso essencial. De acordo com um relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra de soja 2024/25 em Mato Grosso está ameaçada devido à previsão de chuvas abaixo da média. Além disso, uma pesquisa da Kekst CNC com 800 produtores de diversos países revelou que 76% deles estão preocupados com os impactos futuros das mudanças climáticas em suas atividades.
Rafael de Souza, doutor em Biologia Molecular, Genética e Bioinformática e cofundador da startup Symbiomics, observa que o agronegócio enfrenta desafios crescentes devido às mudanças climáticas. “A dependência das chuvas, cujos padrões foram significativamente alterados, está pressionando a produção agrícola. A Conab estima uma queda de 7% na produção de grãos na safra 2023/2024 devido às condições climáticas adversas. Esse cenário também aumenta a vulnerabilidade a pragas e doenças. Portanto, a busca por soluções que permitam uma produção mais resistente e com menor uso de água é crucial para a biotecnologia agrícola”, afirma Souza.
A Symbiomics está na vanguarda desse esforço, investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a agricultura. A startup foca na criação de bioestimulantes que aumentam a saúde e a resiliência das plantas frente à seca, calor e outras condições climáticas extremas. Utilizando uma abordagem que inclui o isolamento de microrganismos robustos de uma ampla gama de ambientes, bem como tecnologias avançadas de sequenciamento e análise de dados, a empresa visa desenvolver uma nova geração de produtos biológicos que melhorem a produtividade e a resistência das culturas. “Nossas soluções têm um potencial significativo para ajudar as plantas a se adaptarem às condições ambientais extremas, como o calor excessivo”, conclui Souza.
Fonte: Portal do Agronegócio
11/09/2024
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