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Monitoramento do RenovaBio: Impactos das Queimadas e Projeções de Geração de CBios

Monitoramento do RenovaBio: Impactos das Queimadas e Projeções de Geração de CBios

Aumento na geração de créditos de descarbonização e evolução dos preços destacam o cenário do setor

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O relatório de outubro da Consultoria Agro do Itaú BBA, referente ao Monitoramento RenovaBio, revisou para cima a estimativa de geração de CBios (Créditos de Descarbonização) para o ano-meta de 2024, em decorrência dos impactos das queimadas que atingiram o cinturão canavieiro do Brasil.

As queimadas, especialmente as ocorridas em São Paulo nos últimos dois meses, principalmente no final de agosto, devem aumentar a geração de CBios neste ano. Isso ocorre porque a grande área de cana queimada no Centro-Sul do Brasil resultará em uma maior alocação de cana para a produção de etanol na safra 2024/25 (abril de 2024 a março de 2025). A baixa qualidade da matéria-prima (cana de açúcar), que já impactava a produção de açúcar, foi acentuada pelas queimadas. Como consequência, a cana queimada induz a uma produção maior de etanol em detrimento da fabricação de açúcar pelas usinas. Conforme divulgado no Agro mensal de setembro, a previsão de produção de etanol de milho para a safra 2024/25 foi elevada para 7,8 bilhões de litros. Para o etanol de cana, a estimativa subiu para 25,8 bilhões de litros, resultando em uma produção total prevista no Centro-Sul de 33,7 bilhões de litros, o que representa um aumento de 4% em relação à estimativa anterior.

No que tange à demanda, a previsão de consumo doméstico de etanol carburante para a safra 2024/25 foi elevada em 5%, alcançando 32,1 bilhões de litros, em virtude da maior disponibilidade de etanol e das expressivas vendas de etanol hidratado observadas nos últimos meses. Parte deste incremento nas vendas será contabilizado durante o ano-meta de 2024, uma vez que as vendas das usinas para as distribuidoras geram os créditos de descarbonização. Dessa maneira, a expectativa de desaceleração do volume de geração de CBios no quarto trimestre de 2024 foi revista para baixo, devido ao aumento das vendas de etanol carburante. Assim, a nova estimativa de geração de CBios para o período de abril a dezembro de 2024 é de 32,5 milhões de créditos, refletindo um crescimento de 3% em relação ao número anterior.

No cenário da demanda por créditos, considerando que as distribuidoras que não aposentaram CBios em 2023 manterão o mesmo comportamento em 2024, a previsão é de que 10,6 milhões de CBios não sejam aposentados no ano-meta de 2024. Portanto, da meta individual de 46,4 milhões de créditos, espera-se que as partes obrigadas aposentem 35,8 milhões de CBios. Como resultado, a estimativa dos estoques finais de créditos de descarbonização para 2024 foi revisada de 13,6 milhões para 14,6 milhões de CBios, indicando um cenário relativamente bem abastecido para o mercado de crédito de descarbonização brasileiro neste ano.

Os preços dos CBios encerraram setembro em R$ 79,50 (em 30 de setembro), o que representa um aumento de 6% em relação ao mês anterior, após um período de tendência de queda. No entanto, esse valor está 13% abaixo da média de 2024, que é de R$ 91,40 por CBio. Vale ressaltar que o aumento nos preços ocorreu juntamente com um crescimento no volume de CBios negociados, totalizando 8,4 milhões de créditos em setembro, um aumento de 15% em comparação ao mês anterior. Este foi o maior volume mensal registrado desde fevereiro de 2024.

Conforme o relatório da B3, a emissão de CBios em setembro atingiu 3,08 milhões de títulos, representando um aumento de 14% em relação ao mesmo mês do ano anterior, embora tenha sido 13% inferior ao total de agosto de 2024. No acumulado do ano até 30 de setembro, o total de CBios emitidos chegou a 31,0 milhões, um crescimento de 24% em comparação ao mesmo período de 2023.

Os estoques de créditos de descarbonização aumentaram para 28,3 milhões de CBios em 30 de setembro, um acréscimo de 0,4 milhão de créditos em relação ao início do mês. Durante setembro, os estoques sob a posse das partes obrigadas cresceram em 1,0 milhão de CBios, totalizando 15,9 milhões. Notavelmente, os estoques nas mãos das partes não obrigadas caíram de 809 mil para apenas 93 mil créditos. Além disso, as partes obrigadas já aposentaram 10,2 milhões de CBios no ano-meta de 2024, com aproximadamente 2,7 milhões de créditos de descarbonização registrados apenas em setembro. Assim, as partes obrigadas já adquiriram 26,1 milhões de CBios, dos 46,4 milhões que devem ser aposentados até 31 de dezembro, incluindo a meta anual compulsória para 2024 e os créditos não entregues em 2023.

O decreto 11.141/22, publicado em 21 de julho de 2022, alterou os prazos para a comprovação das metas de aposentadoria de CBios pelas partes obrigadas, estabelecendo o dia 30 de setembro de 2023 como prazo final para a comprovação do cumprimento das metas referentes ao ano de 2022. Posteriormente, no dia 26 de abril de 2023, o Ministério de Minas e Energia reestabeleceu o dia 31 de dezembro de cada ano como a nova data limite, substituindo a anterior de 31 de março do ano subsequente.

Fonte: Portal do Agronegócio

09/10/2024

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