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Planejamento: Fundamento da Sucessão Familiar no Agronegócio

Planejamento: Fundamento da Sucessão Familiar no Agronegócio

Desafios emocionais e gerenciais exigem cuidados especiais para garantir a continuidade dos negócios agrícolas e evitar a dissolução do legado familiar

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A sucessão familiar é uma etapa crucial para assegurar a continuidade das empresas, e no agronegócio isso não é diferente. Os negócios que são transmitidos de pais para filhos representam uma parte significativa das propriedades rurais. Entretanto, a falta de um planejamento adequado tem comprometido essa continuidade. Dados do Sebrae indicam que menos de 30% das empresas familiares alcançam a segunda geração, e esse índice despenca para apenas 5% na terceira. A ausência de preparo e uma gestão de conflitos ineficaz são fatores que frequentemente prejudicam esse processo de transição.

A sucessão vai além da mera “troca de bastão”; ela requer a preparação dos herdeiros, a implementação de uma governança estruturada e a criação de estratégias inovadoras que possibilitem à nova geração manter e expandir o negócio. Um dos principais erros cometidos é subestimar o tempo necessário para preparar essa transição, que pode demandar vários anos.

Em contrapartida, existem exemplos de empresas familiares que realizaram um planejamento eficaz para a troca de comando. Um caso emblemático é o da família Martins, que administra o Grupo J2M. A corporação abrange a FertiSystem (especialista em tecnologias para o plantio), a Solve (que atua na transformação de polímeros por meio de injeção plástica e impressão 3D) e a Martins Agronegócios (divisão dedicada à agricultura, avicultura e citricultura), e iniciou há alguns anos sua transição familiar.

Conforme explica Mariana Grando, engenheira agrônoma e atual diretora de negócios da FertiSystem, o processo demanda um planejamento minucioso e de longo prazo. “Aqui, tudo começou com o desejo de crescimento contínuo e perpetuidade. O sucessor precisa estar preparado para assumir as responsabilidades e ter um conhecimento profundo do negócio. Contudo, isso requer tempo e uma dedicação constante”, afirma.

Além dessa dedicação, a preparação do sucessor envolve o conhecimento técnico sobre a empresa, o mercado e os produtos, além do desenvolvimento de habilidades emocionais e de liderança. “Uma sucessão bem-sucedida está diretamente relacionada à capacidade do sucessor de entender a essência do negócio e liderá-lo com uma visão estratégica”, completa a diretora.

Desafios e Estratégias

A gestão de conflitos é uma das principais dificuldades enfrentadas durante o processo de sucessão. Frequentemente, as famílias lidam com divergências sobre o futuro do negócio, o que pode intensificar tensões e prejudicar a transição. Além da preparação técnica e emocional, a governança familiar é um aspecto crucial do processo. A definição de regras claras sobre papéis e responsabilidades dentro da empresa é fundamental para evitar conflitos. “Em nosso caso, estabelecemos uma governança bem definida, com normas sobre a entrada e saída de membros da família e a distribuição de responsabilidades”, relata Mariana.

Quando realizada de forma eficiente, a transferência de liderança pode ser um motor de inovação para todas as empresas, incluindo aquelas do setor agrícola. A continuidade das operações depende da capacidade da nova geração de se adaptar às mudanças do setor e às exigências do mercado, incluindo a adoção de práticas sustentáveis e novas tecnologias.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o agronegócio representa cerca de 26% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, e a introdução de inovações tecnológicas é vital para seu crescimento. “Essa transição deve ser planejada cuidadosamente para garantir a continuidade dos negócios e a adaptação às demandas do setor”, enfatiza a diretora.

Adicionalmente, o apoio de consultorias especializadas e um planejamento estratégico bem estruturado facilitam a governança e o desenvolvimento da empresa. Dessa forma, assegura-se que o negócio familiar permaneça competitivo, ao mesmo tempo em que se preserva o legado e se promove um crescimento sustentável.

Mariana destaca que a sucessão no agronegócio é um processo complexo que requer planejamento, preparação técnica e emocional, além da criação de uma governança sólida. O exemplo da FertiSystem demonstra que, com a devida preparação e o suporte de consultorias especializadas, é possível não apenas garantir a continuidade, mas também impulsionar um crescimento inovador. “A sucessão familiar não se resume à herança; trata-se do legado e da perpetuação de valores, inovação e sustentabilidade”, conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

11/10/2024

 

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