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O futuro verde vem do mar azul

O futuro verde vem do mar azul

Especialista fala sobre projeto que visa aumentar o uso de produtos oriundos do oceano para promover o desenvolvimento sustentável e socioambiental da agropecuária.

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A flora marinha é muito rica em minerais de origem orgânica e, portanto, biologicamente disponíveis. A fotossíntese se dá no mar com maior eficiência que no solo retendo, portanto, muito CO2 . Sua aplicação nas áreas de produção extensiva de alimentos ou na agricultura familiar é mais eficaz e sustentável devido à redução do consumo de fertilizantes químicos. É dessa forma que Wilson Nigri, CEO da Tecnotropic Capacitação e Soluções, avalia a contribuição dos produtos oriundos do mar para a regeneração e preservação do meio ambiente.

Conforme explica, a melhoria do solo, traz em consequência plantas mais saudáveis, frutos e verduras de melhor qualidade, seres humanos mais bem alimentados e meio ambiente sem poluentes. Uso das algas marinhas como fonte de nutrientes para a aceleração desse processo, como inovação tecnológica, podem trazer enormes benefícios ao agronegócio brasileiro e aos esforços globais para redução dos gases de efeito estufa.

Em entrevista para a Revista A Lavoura, o executivo fala um pouco mais sobre o desenvolvimento das ações da empresa e também destaca o projeto AGRO SEA, que tem, dentre seus objetivos, demonstrar a relevante contribuição das algas marinhas na regeneração e melhoria do solo para o agro e modificação do processo digestivo dos ruminantes para a pecuária.

A Lavoura: Qual a proposta do AGRO SEA? 

Wilson Nigri: O AGRO SEA está propondo o debate entre cientistas e investidores, assim as partes poderão formar juízo e avaliar riscos sobre capitais investidos e os benefícios socioambientais. Avanços importantes são esperados, pois os riscos de não se fazer nada já são conhecidos das partes e da sociedade.

A Lavoura: Quais os objetivos do projeto? 

Wilson Nigri: Comprovar as contribuições que a flora marinha traz para o solo e o ar demonstrando resultados e atrair investimentos de capital, nacionais e estrangeiros para um segmento pouco explorado, porém não desconhecido dos atores deste segmento. Estamos prevendo realizar provas de conceito para demonstrar em campo o que foi provado em laboratório e entregar em Belém do Pará, na COP 30, um conjunto de soluções desenvolvidas para reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE)

A Lavoura: Como o projeto contribui para o desenvolvimento do setor?

Wilson Nigri: O Agro Sea é um palco, cuja audiência esta engajada com a preservação do meio ambiente. Neste contexto, os especialistas em algas marinhas estarão disseminando conhecimentos que aumentarão o prêmio de risco dos investidores em inovação e acelerando o ROI dos empresários do agronegócio. Com produção maior de biomassa por unidade de área e redução do uso de fertilizantes químicos, particularmente os nitrogenados, produtos comercializados in natura ou como insumos da indústria de transformação se tornarão mais competitivos.

A Lavoura: Em relação ao cenário atual e as perspectivas para o futuro, como você avalia as possibilidades do segmento? 

Wilson Nigri: A ciência e a tecnologia como fonte de inovação estão transformando o futuro da produção de alimentos e do agronegócio, atraindo a atenção para soluções oriundas do hemisfério sul e que impactarão todo o planeta, seja na transformação energética como no tema da fome. As algas marinhas são fontes de minerais essenciais à vida humana. Solos estruturados com cálcio e magnésio de origem orgânica aceleram a atividade microbiana do solo tornando os minerais biologicamente disponíveis para as plantas, com menos lixiviação do potássio e volatilização do nitrogênio.

A Lavoura: Em que se baseia o conceito “O Futuro Verde vem do Mar Azul”?  

Wilson Nigri: São de 3 naturezas: (1) CO2 – Sequestro de Carbono, (2) CH4 – Redução das emissões de gás metano, e (3) ODS 2 – Fome zero com agricultura sustentável (A ONU deveria incluir a pecuária ou agropecuária sustentável). Algas do gênero Lithothamnium, Asparagopsis taxiformis e Kappaphycus alvarezii, abundantes na costa brasileira ou cultivadas, estão no âmago destes três painéis que debaterão o impacto que esta biomassa trará para a redução dos GEE e, a um só tempo, aumentando o ROI do investidor, ou seja, o que denominamos de ROI Exponencial – ROI2 (ROI x Social ROI). 

A Lavoura: Quais os desafios?

Wilson Nigri: Roberto Rodrigues, parceiro no Agro Sea e eu temos como desafio convencer os C Levels de que um dia dedicado à ciência, afastados portanto do seu dia-a-dia, estarão contribuindo para subsidiar seu planejamento estratégico e engajar suas equipes com a dinâmica de transformação de suas atividades econômicas. Os líderes estarão inserindo suas empresas em um mundo de maior consciência socioambiental, ao inscrevê-las no AGRO SEA. Ao acompanhar os experimentos, medições de resultados e publicações, suas marcas estarão estampadas em todos os mecanismos de comunicação, seja impressa,  auditiva ou televisiva, além de impulsionadas pelas  mídias sociais com repercussão em todo o mundo. Para aqueles que se envolverem diretamente nos experimentos os resultados serão constatados nos bolsos de seus acionistas  

Redação A Lavoura

alavoura.com.br  12/12/2024

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