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Feijão-caupi ganha força na safrinha com cultivares desenvolvidas pela Embrapa

Feijão-caupi ganha força na safrinha com cultivares desenvolvidas pela Embrapa

Grão antes mais restrito à agricultura familiar é aposta em grandes áreas por sua rusticidade, qualidade e adaptação à mecanização

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O feijão-caupi, também conhecido como feijão-de-corda ou trepa-pau, tradicional em pequenas propriedades, vem conquistando novos espaços e em áreas maiores do Cerrado. O grão desponta como alternativa estratégica para a safrinha e atrai a atenção de produtores que buscam diversificar cultivos e aproveitar melhor o calendário agrícola.

Cultivado tradicionalmente por agricultores familiares, o feijão-caupi se destaca pela boa adaptação a climas quentes e solos de menor fertilidade. Por isso, ele conquistou espaço nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Segundo o pesquisador da Embrapa Rui Alberto Gomes Junior, a espécie faz parte da cultura alimentar brasileira e oferece ampla diversidade de tipos, cores e sabores.

“O feijão-caupi fez parte tanto de uma dieta saudável como da cultura alimentar dos brasileiros. Existe uma regionalização de preferência, com gente que prefere grão branco, grão marrom, grão vinagre, manteiguinha, entre outros. Essa diversidade é o que permite atender aos gostos variados dos consumidores e abrir novas possibilidades de mercado”, explica.

Nos últimos anos, a pesquisa tem direcionado esforços para adaptar a cultura ao sistema de safrinha, oferecendo alternativas viáveis após a colheita da soja. A Embrapa já desenvolveu cultivares com porte adequado, ramificações controladas e arquitetura que facilita a operação das colheitadeiras.

“No caso da safrinha, há exigências específicas que pedem um trabalho mais aprofundado na arquitetura de plantio. Desenvolvemos materiais que permitem o uso das mesmas máquinas da soja, sem a necessidade de adaptações. Isso traz praticidade e economia para o produtor”, detalha Rui Alberto.

Além da mecanização, o foco do melhoramento está na qualidade dos grãos: eles precisam ter boa aparência, cozinhar rapidamente e apresentar sabor agradável — atributos cada vez mais valorizados pelo consumidor.

Variedades para nichos e mercados especiais

Entre os destaques apresentados pela Embrapa no Agrobalsas 2025 está o feijão-caupi BRS Natalinha, desenvolvido com foco em produtividade, resistência e boa aceitação no mercado. Outra cultivar que chama atenção é a variedade manteiguinha, pequena e delicada, inspirada na culinária da Amazônia.

 

“A manteiguinha é bem miudinha mesmo, lembra os feijões crioulos usados na Amazônia. Com o registro desse cultivar, levamos essa tradição para além da região Norte. Já há chefs de cozinha de outras regiões utilizando o grão em receitas sofisticadas. Ele está entrando em mercados especiais, inclusive internacionais”, afirma o pesquisador.

Outra aposta promissora é o BRS Guirá, o feijão-caupi preto. Com produtividade elevada e bom desempenho tanto na colheita mecanizada quanto manual, ele atrai produtores e consumidores pela qualidade e sabor.

“Ele dá um caldo excelente para feijoada. Fica mais digestiva que a feita com feijão comum e o tegumento mais resistente facilita o preparo e o reaquecimento sem que o grão desmanche. É um produto com mercado em construção, que pode agregar valor e diversificar as opções no prato dos brasileiros”, ressalta Rui.

Da pesquisa ao prato: parcerias ampliam resultados

O sucesso das novas cultivares de feijão-caupi também passa por parcerias com instituições como a Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen), organizadora do Agrobalsas. O evento tem se consolidado como ponte entre ciência e produção rural, acelerando a chegada das tecnologias ao campo.

“A Fapcen e o Agrobalsas funcionam como uma ponte entre a pesquisa e o produtor. Para quem trabalha com melhoramento genético, a maior realização não é a publicação científica, mas ver o feijão plantado, colhido e servido na mesa do brasileiro. É isso que move nossa equipe”, conclui o pesquisador.

Com variedades adaptadas, alta qualidade e respaldo técnico, o feijão-caupise posiciona como uma cultura estratégica para quem busca produtividade, diversificação e valor agregado na safrinha — com potencial para crescer ainda mais nos próximos anos.

planetacampo.com.br  16/05/2025

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