Desafios e oportunidades na transição para a cafeicultura regenerativa, segundo o Rabobank
O setor cafeeiro brasileiro enfrenta desafios significativos enquanto busca uma transição para a cafeicultura regenerativa, e o Rabobank realiza uma análise profunda dos impactos dessa mudança
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O setor cafeeiro brasileiro enfrenta desafios significativos enquanto busca uma transição para a cafeicultura regenerativa, e o Rabobank realiza uma análise profunda dos impactos dessa mudança. Os consumidores finais demonstram prontidão para produtos mais sustentáveis, mas surge a questão: os torrefadores estão dispostos a arcar com os custos?
Segundo o Rabobank, o estudo recente sobre os desafios da produção de café baixo carbono no Brasil destaca a necessidade de enfrentar as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Guilherme Morya, autor do estudo, ressalta que a transição para práticas regenerativas apresenta desafios e custos iniciais, mas destaca os benefícios a longo prazo, incluindo um potencial aumento da produtividade.
O processo de transição envolve investimento financeiro e determinação para superar barreiras, como a redução de herbicidas, uso de fertilizantes orgânicos e culturas de cobertura. Morya enfatiza a importância de educar o mercado sobre esse processo de mudança. Apesar dos desafios iniciais, os dados levantados mostram que, após a fase de adaptação, os produtores colhem benefícios no longo prazo sem enfrentar aumentos expressivos nos custos de produção.
O estudo aponta que o aumento médio do custo para o produtor fazer a transição é de R$ 996 por hectare, equivalente a US$ 199 por hectare. Embora represente um custo adicional de aproximadamente US$ 6,6 por saca, a produção resulta em uma redução significativa de 8,9 toneladas de CO² por hectare anualmente.
Grandes players do mercado, como Nestlé e JDE, já assumiram metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Se os torrefadores estiverem dispostos a pagar um prêmio adicional pelo café cultivado de forma regenerativa, isso poderia representar um aumento de 3% a 5% sobre o café convencional, segundo o estudo.
O levantamento também destaca que consumidores estão dispostos a pagar mais por cafés sustentáveis, como evidenciado pelo sucesso da Rainforest Alliance. No Brasil, o prêmio pago aos produtores pelo café certificado pela Rainforest Alliance varia entre 3% e 8% em comparação com o café convencional.
Além disso, cafés diferenciados que possuem qualidade superior ou certificações de práticas sustentáveis representaram 16,9% das exportações totais brasileiras de café no acumulado deste ano. Apesar de um recuo nas exportações, esses cafés geraram uma receita significativa, demonstrando o interesse crescente por produtos sustentáveis nos mercados internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Portal do Agronegócio 28/11/2023
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