'Precisamos de culturas para compor a 2ª safra e assim fazer de fato rotação', diz CNA
Para a CNA é preciso segurança de comercialização e armazenagem para que isso possa ocorrer
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Bem evoluído na soja e no milho, o Brasil necessita de um portfólio de culturas para compor a sua segunda safra para que possa de fato fazer uma melhor rotação de culturas. Sorgo, gergelim e feijão são alternativas, mas que, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), precisam avançar em alguns aspectos como comercialização, armazenamento, classificação, entre outros pontos.
“Estivemos agora na China e vimos a importância que tem o gergelim, o sorgo. Então, diversas outras culturas precisam compor essa matriz nossa de integração de rotação de culturas”, pontua André Dobashi, presidente da Comissão de Grãos, Fibras e Cereais da CNA, entrevistado desta quinta-feira (26) do programa Direto ao Ponto.
A diversificação de culturas para a segunda safra no Brasil, de acordo com Dobashi, é vista com bons olhos por ele, uma vez que “quanto mais culturas a gente tiver como alternativa para a nossa segunda, para a nossa primeira safra até, isso vai ser de fundamental importância para a consolidação do agro por parte do produtor mesmo, para ele não colocar todos os ovos no mesmo cesto”.
Entretanto, o representante da CNA aponta que para a diversificação avançar é preciso ter cuidado com a forma de comercialização.
“A soja e o milho a gente planta, tem um valor futuro, a gente consegue fazer plano, consegue fechar custo, consegue comercializar antecipado, tem uma forma de armazenar isso que a gente já está meio acostumado. Quando a gente vai para o sorgo, por exemplo, tem aquela questão de o sorgo ser 80% do valor do milho. Tem cabimento isso? É um grão completamente diferente”.
A mesma situação observada para o sorgo, salienta ele, vale para o feijão, o trigo e o gergelim.
“O trigo é a mesma coisa. Você planta o trigo ali e na hora de comercializar tem um tipo de pão, um tipo de farinha e se ele está mais escuro… Ele não tem uma precificação prévia, justa, onde você sabe quanto você vai ganhar. Muitas vezes você colhe e acaba perdendo dinheiro, mesmo tendo colhido bastante”.
Ainda segundo Dobashi, em Mato Grosso do Sul a produção de sorgo vem ganhando forças, por exemplo, diante da produção de etanol.
“A gente viu o que o que faltava para o sorgo fazer parte do nosso cotidiano era isso. A gente tem uma forma de comercializar, inclusive futuro. O sorgo ele conquista uma janela de semeadura que o milho não tinha em Mato Grosso do Sul. O que a gente precisava era a destinação desse grão, que antigamente a usávamos para a própria ração na fazenda. Confinava um animal e usava aquele sorgo ou fazia uma silagem”.
canalrural.com.br 30/12/2024
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