Apesar de desafios climáticos, Brasil avança na agenda ESG
Relatório revela que eventos climáticos extremos no Brasil incentivam empresas a tirar projetos de sustentabilidade do papel, impulsionando o mercado de serviços da área
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Estudo revela: para que a sustentabilidade seja duradoura, precisa ser lucrativa. Caso contrário, ela se torna insustentável. O estudo ISG Provider Lens™ Sustainability and ESG 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, revela que a evolução tecnológica, aliada a inovações e políticas públicas voltadas para ESG, é essencial para fortalecer o engajamento e a eficácia dessas práticas. Neste cenário, as empresas brasileiras comprometidas com a sustentabilidade têm gerado impactos reais.
Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
No entanto, ainda assim, foi constatado que algumas empresas não avançaram além da intenção de manter uma agenda positiva. “Identificamos que algumas empresas não estruturaram um plano de sustentabilidade e nem adotaram medidas concretas para transformar ideias em ações. Muitas estavam mais focadas na visibilidade que o ESG proporciona e, com a queda da atenção da mídia, o engajamento diminuiu. Além disso, consumidores e investidores passaram a identificar com mais clareza quem realmente investe em uma agenda verde e quem apenas pratica greenwashing”, revela Adriana Frantz, research partner da TGT ISG e autora do estudo.
O estudo mostra que os eventos climáticos extremos ocorridos no Brasil nos últimos anos têm impulsionado o engajamento das empresas no assunto. Em abril de 2024, o Rio Grande do Sul foi atingido por um dos piores temporais da história, enquanto São Paulo enfrentou tempestades que deixaram milhões sem energia por até uma semana. O país também registrou recordes de emissões de carbono devido a incêndios florestais que afetaram biomas como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal.
Adriana explica que a frequência e a intensidade dos eventos climáticos levaram a uma maior conscientização da população brasileira sobre a necessidade de ações concretas do setor público e privado para mitigar o aquecimento global. ”Também aumenta o reconhecimento por parte das empresas dos riscos relacionados ao clima, e muitas redirecionam os fluxos de investimento para ações a fim de identificar e mitigar os potenciais impactos em termos de custos operacionais, interrupções das cadeias de suprimentos e alterações na oferta e demanda de produtos e serviços”.
Um destaque do relatório é o compromisso crescente com a economia circular, visando minimizar desperdícios e otimizar o uso de recursos. Segundo o estudo, o Brasil tem avançado em normativas para impulsionar a inovação tecnológica e a eficiência no uso de recursos naturais, apoiadas por incentivos fiscais, financeiros e de crédito, além da promoção de compras sustentáveis, inclusive no setor público. No entanto, a busca por soluções de sustentabilidade social ainda é limitada, mesmo em um país onde quase um terço da população vive em situação de pobreza, segundo dados do IBGE.
“Um dos principais desafios relacionados aos temas sociais é a dificuldade de estabelecer metas, além da complexidade de medir e avaliar o progresso. Um aspecto atrativo das iniciativas ESG é que, além de provocarem impacto positivo na sociedade, elas têm o potencial de gerar valor econômico a longo prazo. Contudo, não é simples quantificar o impacto financeiro de projetos sociais”, comenta Adriana.
No Brasil, o estudo destaca que a maioria dos fornecedores avaliados nesta edição do relatório foca em soluções tecnológicas voltadas para sustentabilidade ambiental, incluindo redução de emissões de carbono, transição energética, gestão de recursos e cadeias de suprimentos sustentáveis, assim como soluções personalizadas para desafios locais, como desmatamento, biodiversidade, uso da terra e gestão de resíduos sólidos. O uso de tecnologias como IA, genAI, automação, machine learning e IoT tem se intensificado, promovendo eficiência operacional e sustentabilidade. IA e ML automatizam a coleta e análise de dados, enquanto a genAI contribui para o design de produtos sustentáveis. A automação melhora a eficiência energética, e a IoT revoluciona a gestão de recursos, com sensores monitorando o consumo e a qualidade da água em tempo real.
Research partner da TGT ISG e autora do estudo, Adriana Frantz:”Um dos principais desafios relacionados aos temas sociais é a dificuldade de estabelecer metas, além da complexidade de medir e avaliar o progresso” – Foto: Fernando Mucci
O relatório reforça que, como sede da 30° Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), o Brasil tem avançado na agenda de sustentabilidade. Um exemplo é a recente aprovação da Lei do Combustível do Futuro, que marca um avanço na economia circular e redução da pegada de carbono, que cria três programas: “Diesel Verde”, para estímulo à pesquisa e uso de biocombustíveis; “Combustível Sustentável da Aviação”, para redução de emissões nos voos domésticos; e “Descarbonização do Gás Natural e Incentivo ao Biometano”.
A autora ressalta que, no próximo ano, é esperado a promulgação da Nova Lei de Empresas Sustentáveis, que definirá diretrizes para integrar práticas ESG nas operações, incentivando a adoção de práticas sustentáveis por meio de subsídios e benefícios fiscais, consolidando o país como líder global em sustentabilidade.
O relatório ISG Provider Lens™ Sustainability and ESG 2024 para o Brasil avalia as capacidades de 66 fornecedores em quatro quadrantes: Serviços de estratégia e capacitação, Soluções e serviços específicos da indústria, Soluções e serviços de TI e Plataformas de dados e serviços gerenciados.
Fonte: Assessoria TGT ISG
opresenterural.com.br 19/02/2025
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