No Dia da Mentira, o especialista em sustentabilidade Renato Rodrigues aproveitou o quadro Palavra de Especialista, no programa Planeta Campo, para abordar um tema que de engraçado não tem nada: as fake news e o greenwashing no agronegócio. A provocação começou com uma notícia falsa simulada: “A União Europeia vai banir a carne brasileira em 2026 por causa do metano”. Embora seja mentira, muitos ainda caem nesse tipo de desinformação – e os impactos podem ser profundos.

O risco das mentiras que se espalham

De forma direta, Renato mostrou como a desinformação, quando compartilhada sem checagem, prejudica a imagem do agro, afeta as exportações e abala a confiança da sociedade. Notícias falsas comprometem a reputação dos produtores e alimentam uma percepção negativa sobre o Brasil no exterior.

“Fora das brincadeiras de Primeiro de Abril, as fake news têm um impacto muito real”, afirmou. E o mesmo vale para empresas ou iniciativas que tentam parecer sustentáveis, mas não são de fato. O famoso “greenwashing” – a maquiagem verde que engana por fora, mas compromete por dentro – mina a confiança do consumidor e do investidor.

A verdade como estratégia

Num mundo em que a desinformação se espalha com facilidade, saber comunicar de forma clara e verdadeira virou uma necessidade estratégica. O storytelling, ou a arte de contar histórias reais, pode ser um diferencial para quem atua no agro e quer se destacar pela sustentabilidade.

“Se a gente não conta a nossa história, alguém vai contar por nós – e nem sempre da forma mais justa”, alertou Renato.

O poder do storytelling no agro com ESG

Contar boas histórias é mais do que publicidade. É dar rosto, alma e emoção aos dados e práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Segundo Renato, o storytelling conecta o campo à cidade, os produtores aos consumidores, e o Brasil ao mundo.

Práticas como:

• Manejo regenerativo
• Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
• Intemperismo acelerado de rochas
• Uso de bioinsumos

…podem parecer complexas, mas ganham vida e compreensão quando explicadas com sensibilidade, dados e impacto humano.

Dicas para narrativas ESG autênticas

Para quem quer construir uma narrativa ESG de impacto, o especialista deixou dicas valiosas:

• Foque no real, não no ideal
• Traga gente, território, emoção e dados
• Mostre evolução, não perfeição
• Seja transparente sobre os desafios
• Destaque o impacto social, ambiental e econômico

“Quando a narrativa é verdadeira, ela inspira. Quando é inventada, ela destrói”, reforçou Renato.

A verdade constrói pontes

Em um mundo cada vez mais exigente e conectado, a verdade é a ponte entre o agro e o mercado, entre o produtor e o consumidor, entre o Brasil e o mundo. Valorizar o que já é feito de forma sustentável, sem exageros ou maquiagens, é o caminho mais seguro – e mais poderoso – para garantir credibilidade, conquistar mercados e engajar a sociedade.

E você? Já contou sua história de ESG no agro? Como tem combatido as fake news e o greenwashing no seu dia a dia?

planetacampo.com.br  02/04/2025