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Inovação transforma bagaço de cana em embalagem ecológica para eletrônicos

Inovação transforma bagaço de cana em embalagem ecológica para eletrônicos

Pesquisa brasileira aproveita resíduo agrícola para desenvolver material biodegradável que pode substituir o plástico e reduzir impactos ambientais

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O que sobra da cana-de-açúcar após a produção de etanol e açúcar pode ganhar um novo destino: proteger equipamentos eletrônicos. Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveram uma embalagem sustentável feita a partir do bagaço da cana, com características semelhantes às das espumas plásticas utilizadas hoje. A inovação, além de biodegradável, é livre de derivados do petróleo.

Segundo a pesquisadora Juliana Bernardes, a tecnologia foi desenvolvida dentro de uma linha de pesquisa voltada à criação de materiais sustentáveis. O objetivo é aproveitar resíduos agrícolas abundantes no Brasil, como o bagaço da cana, para gerar produtos de alto valor agregado e com menor impacto ambiental.

Um dos componentes-chave extraído do bagaço é a celulose, que pode ser convertida em materiais leves e versáteis. No caso das embalagens para eletrônicos, foi necessário incorporar também o negro de fumo, elemento que garante a dissipação de cargas eletrostáticas. Essa propriedade é essencial para evitar danos aos componentes durante o transporte e o manuseio.

Além disso, o novo material apresenta comportamento retardante de chamas. Isso significa que, se houver faíscas provocadas por atrito, o próprio material impede que o fogo se propague — uma característica de segurança fundamental no setor de eletrônicos.

Mais ecológica e segura do que o plástico

As vantagens em relação aos plásticos convencionais não se limitam ao fator ambiental. A pesquisadora destaca que o novo material possui propriedades mecânicas e elétricas semelhantes às espumas plásticas utilizadas atualmente no mercado. Com isso, ele se apresenta como uma alternativa viável para aplicações exigentes, como as da indústria eletrônica.

Além da sustentabilidade, a segurança é outro diferencial. O comportamento retardante de chamas do material o torna especialmente interessante para proteger itens sensíveis e valiosos. Juliana explica que, em testes de laboratório, o material resistiu bem a situações de atrito e faíscas, garantindo proteção extra aos componentes embalados.

 

Quanto aos custos, o projeto ainda não tem uma análise econômica detalhada. No entanto, a pesquisadora aponta que os benefícios ambientais também representam ganhos econômicos indiretos. “Eles não estão incluídos no custo direto de produção, mas refletem na redução dos custos com descarte de plástico e manejo ambiental”, afirma.

Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento, a tecnologia já foi patenteada pelo CNPEM. Isso significa que ela está pronta para ser licenciada por empresas interessadas em produzir ou aplicar o material em escala comercial.

Pesquisa busca parceiro

O próximo passo é encontrar um parceiro industrial. “A perspectiva é que algum parceiro entre em contato com a nossa assessoria de inovação para iniciar esse processo”, afirma Juliana. Ela acredita que a tecnologia deve atrair atenção nos próximos meses, sobretudo por atender demandas globais por soluções mais ecológicas.

A crescente pressão por parte de consumidores e empresas por alternativas ao plástico cria um ambiente favorável para adoção de materiais como esse. A pesquisadora lembra que muitos setores já possuem metas ambientais definidas, o que pode acelerar o interesse pela nova embalagem.

Ainda não há previsão exata para a chegada do produto ao mercado, mas a equipe está otimista. A aplicação em embalagens para eletrônicos é apenas uma das possibilidades. O material também poderia ser adaptado para outros segmentos industriais, como o de eletrodomésticos ou até mesmo o setor automotivo.

Para Juliana, o mais importante é que a pesquisa demonstra o potencial do Brasil em unir agricultura, ciência e sustentabilidade. “É uma prova de que nossos resíduos podem ser transformados em soluções inovadoras e com valor real para a sociedade”, conclui.

planetacampo.com.br 17/04/2025

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