Os pedidos de recuperação judicial no agronegócio dobraram ao longo do ano passado. Segundo dados da Serasa Experian, o número saltou de 534 solicitações em 2023 para 1.272 pedidos em 2024. As informações reúnem pedidos feitos por produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, assim como empresas do setor.

O ritmo das solicitações acelerou no final do ano, quando, no último trimestre, a Serasa registrou 320 pedidos de recuperação judicial.

Segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, inúmeros fatores afetaram a saúde financeira dos produtores.

“A alta da taxa de juros, aliada ao aumento dos custos de produção com insumos agrícolas — que ficaram mais caros devido à inflação e à desvalorização cambial —, foram alguns dos desafios principais. E, para além disso, tivemos o agravante das adversidades climáticas”, afirmou Pimenta.

Por outro lado, Pimenta considera importante avaliar o número absoluto de pedidos, pequeno comparado a cerca de 1,4 milhão de produtores que tomaram crédito rural nos últimos dois anos no país.

Pessoa física

Os produtores rurais pessoas físicas, registraram 566 pedidos, frente a 127 no ano anterior. Desses, 39,6% foram apresentados por produtores que não possuem propriedades, ou possíveis arrendatários, enquanto grandes proprietários representaram 32%, médios 17% e pequenos 20%. Mato Grosso liderou os pedidos (173), seguido por Goiás (122) e Minas Gerais (57).

Pessoa jurídica

Entre produtores pessoa jurídica, os pedidos subiram de 162 para 409, com 110 apenas no último trimestre (+19,6%). O cultivo de soja concentrou o maior número (222), seguido pela criação de bovinos (75) e cultivo de cereais (49). Mato Grosso lidera com 92 pedidos, seguido por Goiás (62) e Minas Gerais (53).

Empresas

Empresas ligadas ao agro registraram 297 pedidos em 2024, contra 245 em 2023. No quarto trimestre, o volume cresceu 25% e somou 70 solicitações. Agroindústrias de transformação primária lideraram os pedidos, seguidas por serviços de apoio à agropecuária e indústrias de processamento de agroderivados. São Paulo foi o Estado com mais registros (14), seguido por Paraná (9) e Goiás (6).

Os dados foram levantados pela Serasa Experian a partir de registros mensais nos tribunais de Justiça estaduais.

Fonte: DATAGRO

01/04/2025