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Gramíneas ganham destaque na expansão dos inoculantes biológicos após sucesso na soja

Gramíneas ganham destaque na expansão dos inoculantes biológicos após sucesso na soja

Expansão dos inoculantes para gramíneas

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Após revolucionar a cultura da soja no Brasil, os inoculantes biológicos agora ampliam seu foco para gramíneas, como milho, cana-de-açúcar, arroz, trigo e pastagens. Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país já conta com 37 inoculantes voltados a essas culturas, com eficiência média entre 25% e 30%, além de 40 patentes em desenvolvimento. A adoção desses bioinsumos pode representar uma economia de até 5,1 bilhões de dólares e evitar a emissão de aproximadamente 18,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano.

Microrganismos que impulsionam a agricultura sustentável

Entre os principais microrganismos utilizados estão o Azospirillum, conhecido por sua capacidade de fixação biológica de nitrogênio (FBN), e outras bactérias promotoras de crescimento e solubilizadoras de nutrientes, como as dos gêneros Bacillus e Pseudomonas. O fungo Trichoderma spp., tradicionalmente empregado no controle biológico, também integra essas tecnologias, aumentando a eficiência agronômica das gramíneas.

Estratégia nacional para diversificação do uso de bioinsumos

O Plano Nacional de Fertilizantes 2050 destaca a diversificação do uso de bioinsumos como uma estratégia essencial para ampliar a sustentabilidade agrícola e reduzir a dependência do Brasil em fertilizantes nitrogenados químicos. Essa visão está embasada no estudo “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas”, realizado pelo MAPA em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Crescimento do mercado de inoculantes biológicos

A Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio), que reúne empresas do setor, informa que o mercado de inoculantes para gramíneas já representa 21% das vendas, com o milho respondendo por 16% e a cana por 4%. Na última safra, as empresas associadas comercializaram 205,6 milhões de doses, movimentando R$ 527,5 milhões, com previsão de crescimento de 12,4% para 2025. Produtos à base de Bradyrhizobium mantêm a liderança, com 57% das vendas, enquanto inoculantes com Azospirillum e Pseudomonas registram participação crescente.

Debate e perspectivas em evento do setor

No Executive Dinner promovido pela ANPII Bio em Brasília, representantes do governo, parlamentares, setor produtivo e pesquisadores discutiram o futuro dos bioinsumos. Alessandro Cruvinel, do MAPA, ressaltou o desafio de expandir a fixação biológica de nitrogênio para além da soja, enquanto Guilherme de Figueiredo, presidente da ANPII Bio, destacou a meta de “zerar a adubação nitrogenada” com a substituição dos fertilizantes químicos por inoculantes biológicos.

Papel da Embrapa na inovação dos bioinsumos

A Embrapa tem atuado no desenvolvimento de soluções inovadoras, como bactérias solubilizadoras de fósforo e microrganismos que auxiliam plantas sob estresse hídrico. Clênio Pilon, diretor de P&D da instituição, afirmou que a agricultura biológica representa a “terceira grande onda” do setor agropecuário, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.

Impactos ambientais e econômicos

Estudos mostram que a fixação biológica de nitrogênio na soja evita a emissão de 5,4 toneladas de CO2 por hectare, o que equivale a 236 milhões de toneladas para os 44 milhões de hectares cultivados. Com o avanço no milho, essa redução pode chegar a 240 milhões de toneladas. Economicamente, a diminuição do uso de fertilizantes químicos pode gerar uma economia global de 27,4 bilhões de dólares. No milho, a substituição parcial da adubação nitrogenada por inoculantes pode reduzir custos em até R$ 119,19 por hectare, somando uma economia nacional superior a 0,5 bilhão de dólares.

Marco legal fortalece o setor

A aprovação da Lei dos Bioinsumos (Lei nº 15.070/2024) em dezembro de 2024 é vista como um marco para o desenvolvimento e registro de tecnologias sustentáveis no país. A nova legislação oferece segurança jurídica, atraindo investimentos e impulsionando a pesquisa no setor, que já movimenta R$ 5,7 bilhões por ano e representa 11,3% do consumo global de bioinsumos. A expectativa é que o mercado cresça 60% até 2030, alcançando R$ 9 bilhões em vendas.

Desafios e colaboração para o futuro

Para regulamentar plenamente a lei, é necessária a colaboração entre governo, indústrias, pesquisadores e agricultores para equilibrar inovação, segurança e práticas eficientes. A ANPII Bio tem promovido diálogo contínuo, ampliando políticas públicas e mercados, incluindo a pecuária e produção animal.

Bioinsumos: solução para a agricultura do futuro

Júlia Emanuela de Souza, diretora da ANPII Bio, ressaltou que o avanço dos bioinsumos é resultado da união do setor e da agricultura brasileira. Esses produtos naturais promovem alta eficiência com baixo impacto ambiental e são essenciais para aumentar a produção de alimentos sem esgotar os recursos naturais. “Não estamos construindo um setor, estamos construindo um legado”, afirmou, destacando o papel dos bioinsumos na geração de empregos, inovação e preservação ambiental.

Fonte: Portal do Agronegócio

02/06/2025

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