Sistema soja-milho sequestra mais carbono do que emite e reforça papel do agro na mitigação climática
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Uma pesquisa publicada na revista científica Nutrient Cycling in Agroecosystems revela que o sistema de rotação soja-milho praticado em propriedades agrícolas do Mato Grosso pode representar um importante aliado no combate às mudanças climáticas. O estudo indica que, mesmo com emissões médias de 2,1 toneladas de CO2 equivalente por hectare ao ano, o sequestro de carbono no solo foi de 4 toneladas no mesmo período, resultando em um balanço líquido negativo de -1,9 t CO2eq/ha/ano. Ou seja, o sistema atua como um sumidouro de carbono.
Os dados fazem parte do artigo “On-farm greenhouse gas emissions and soil carbon stocks of a soybean?maize system”, elaborado por uma equipe de pesquisadores brasileiros e internacionais, que avaliaram propriedades com diferentes tempos de adoção do sistema agrícola. A análise foi realizada a partir da medição direta de gases de efeito estufa (GEE) e da quantificação dos estoques de carbono no solo em áreas de produção agrícola sob plantio direto.
Mais tempo, mais carbono no solo
O estudo também mostrou que o tempo de adoção do sistema influencia diretamente na capacidade de sequestro de carbono. Em áreas com mais de 10 anos de cultivo (denominadas S2), os estoques de carbono foram 30% maiores do que em áreas convertidas mais recentemente (de 2 a 5 anos, S1), embora ambas tenham apresentado saldo positivo no balanço de carbono.
Apesar da constatação de que houve perda de carbono no solo em relação às áreas de vegetação nativa — uma consequência natural da conversão do uso da terra —, os pesquisadores destacam que práticas como o plantio direto e a diversificação de culturas ajudam a recuperar e ampliar os estoques de carbono ao longo do tempo.
Os resultados do estudo reforçam o papel da agricultura brasileira como parte da solução para a crise climática, contribuindo para a remoção de carbono da atmosfera. De acordo com os autores, os dados obtidos oferecem subsídios científicos importantes para políticas públicas como o Plano ABC+ (Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária), e para mecanismos de crédito de carbono e programas de descarbonização.
“O sistema soja-milho, quando bem manejado, não só é produtivo e economicamente viável, como também tem potencial de contribuir de forma efetiva para os compromissos do Brasil na agenda climática global”, destaca o estudo.
Com esse cenário, o setor agropecuário brasileiro se posiciona como um agente ativo na busca por um modelo de desenvolvimento mais sustentável, demonstrando que é possível produzir alimentos e, ao mesmo tempo, preservar o equilíbrio climático do planeta.
Por Cristiane Ferreira dos Santos, com informações da Aprosoja
agromais.uol.com.br 02/06/2025
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